Ibiza
Ilha de contrastes

Viagens

Entre a movida e os dias de descanso

Seg, 30/07/2012 - 23:00

 Quando se fala em Ibiza tudo o que assola o pensamento tem no mínimo 150 bpm (batimentos por minutos), mas a verdade é que nem só de casas psytrance vive a segunda maior ilha (em termos
populacionais) do arquipélago das Baleares, em Espanha. Ibiza, a ilha, não a cidade que lhe serve de capital, é composta por bem mais do que shots de bebidas alcoólicas ou DJs de renome a encher os programas das inúmeras discotecas que por lá existem.

Poucos o saberão, mas Ibiza, para além de meca da música de dança europeia e destino privilegiado de quem quer “dormir de dia e viver à noite”, é igualmente uma ilha Património Mundial da Unesco. A razão é simples: os vestígios por lá deixados há muito pelos Fenícios e pelos Cartaginenses foram sempre preservados ao longo dos séculos e hoje são um dos melhores testemunhos daquela época de ouro (e de guerra) afro-europeia. A distinção pode cativar menos turistas do que qualquer discoteca local, mas não será por isso que o ecossistema local, recheado de espécies marinhas únicas, valerá menos que os famosos Space ou Pacha, espaços de diversão noturna mais conhecidos da ilha. Não há DJs de renome dentro de água, é certo, mas há tartarugas únicas e toda uma fauna marítima que coabita com os mais de cinco milhões de anos do Mediterrâneo. Na zona histórica, paralelamente às centenas de jovens que distribuem flyers a anunciar festas intermináveis, há toda uma história renascentista para descobrir. Há muralhas que são do mundo e casas árabes que serão suas se se conseguir abstrair da famosa movida local. Às 10 horas da manhã de uma quarta-feira não vá em cantigas e ao invés de experimentar os alucinantes (e ilegais) after hours locais, vá, por exemplo, até ao Hippy Market Punta Arabi em Es Cana e verá o que realmente só existe noutro espaço temporal.

Ibiza, conhecida por tudo menos pelos melhores motivos, é uma ilha a fervilhar de outras atrações que não as musicais. Abstraia-se dos sons que invadem as ruas e vá escutá-los junto ao mar num qualquer amanhecer. É que melhor que um beat de um qualquer músico inglês ou norte-americano, só mesmo o chilrear de uma garça no Parque Natural de Ses Salines.

Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Thinkstock

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