Ilha Da Boavista – Cabo Verde
A ilha da morna e da morabeza

Viagens

Seg, 25/06/2012 - 23:00

 A Natureza no seu estado mais puro. Assim é a Boavista, a terceira maior ilha do arquipélago de Cabo Verde. A pouco mais de quatros horas de avião de Lisboa, assim que começa a avistar um anel de areia imensa, terreno seco e pedras soltas, se lhe disserem que está a chegar ao paraíso, não acredita. Mas é verdade.

À chegada, o primeiro impacto é o vento. Mas se assim não fosse, seria difícil aguentar o calor, nesta que é a ilha mais próxima da costa de África e, logo, do deserto do Sahara. Ao avistar a paisagem árida e as extensas praias desertas, vai ter vontade de percorrer todos estes sítios. É possível fazê-lo, com ou sem um guia local e por menos de cem euros por dia. Note-se que esta ilha tem apenas duas estradas alcatroadas. Uma que liga o aeroporto de Rabil a Sal Rei, a capital, e outra muito recente, de Rabil a Bofareira, situada noutro ponto da ilha. Aventure-se e terá uma agradável surpresa. Alugue uma moto-quatro ou um jipe e parta à aventura pelas estradas de terra batida. Comece o seu passeio pelo Deserto de Viana. Aqui, se for na companhia de um guia, é normal que saiam do trilho. Se decidiu fazer a viagem sem esta ajuda, não se aventure ao acaso. Pois poderá perder o ponto alto do passeio: o velho barco espanhol, que está encalhado junto ao Cabo de Santa Maria há mais de 40 anos. Para lá chegar será uma viagem cheia de emoção, por dunas e rochas e sempre com o mar no horizonte. À chegada, o som da rebentação das ondas é a única coisa que ouvirá, em consonância com um sentimento de nostalgia. Se estiver a fazer esta viagem entre os meses de junho e dezembro, poderá ver as tartarugas que procuram esta praia para fazer os seus ninhos.

A estadia na Boavista não pode terminar sem o convívio com os locais. Acredite, vai sentir-se em casa. “São portugueses?! Então não são estrangeiros. Qual é o vosso clube?”, atiram para início de conversa e facilmente percebemos o sentimento de Cabo Verde, a que eles chamam de morabeza e que mesmo sem tradução para outras línguas é facilmente percetível.

Texto: Micaela Neves; Fotos: DR

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