João Paulo Rodrigues
“Fui abençoado com dois amores na minha vida”

Famosos

Apresentador confessa que o apoio da mulher e da filha são fundamentais na sua carreira

Sex, 01/11/2013 - 0:00

A  participação em A Tua Cara Não Me é Estranha fez com que João Paulo Rodrigues, até então reconhecido pelo seu desempenho enquanto Quim Roscas, nunca mais largasse a televisão. Acarinhado por todos, o artista brilha ao lado de Marisa Cruz nas tardes de sábado, da TVI. Em conversa com a VIP, João Paulo Rodrigues viaja pelo passado, fala sobre o futuro e revela o seu amor pela mulher e pela filha.

VIP – O seu grande boom mediático dá-se com a participação no programa A Tua Cara Não Me é Estranha. O que mudou desde então?
João Paulo Rodrigues – Mudou tudo! O Quim Roscas, apesar de não ter desaparecido, deixou que o João Paulo Rodrigues se mostrasse e fizesse outras coisas que há muito queria fazer. Antes, não havia mais nada para além da personagem. Costumo dizer que a minha carreira mudou no dia em que vesti uma minissaia e coloquei um bigode. A partir daí, tudo foi diferente. O João pôde mostrar a todos que gosta de cantar e é muito mais do que uma simples personagem, de uma aldeia perdida algures.

Mesmo com o sucesso da participação no programa, imaginava que a sua imagem ia cativar tanto os portugueses?
A reação das pessoas foi uma surpresa para mim. Ainda hoje, onde quer que vá, não há ninguém que não me fale do programa. “Gostei muito de o ver de Freddy Mercury”, “ai o que eu gostei de o ver de Aretha Franklin”, ou, e esta é recorrente “você tem umas pernas muito jeitosas, olhe que dava uma mulher bem gira”. Confesso que nunca imaginei que pudesse tocar assim tanto as pessoas. O carinho com que me abordam na rua é incrível. E este foi o meu prémio.

Desde então, tem feito diversos anúncios e tem participado em vários programas. Teme que a sua imagem possa ficar gasta?
É uma possibilidade. Não estou livre de que isso me aconteça! Mas, não me preocupo muito com tal possibilidade. Faço o que gosto e, acima de tudo, divirto-me imenso a fazê-lo! Sempre que o programa começa, sinto-me como se fosse a primeira vez.

Atualmente, é visto ao lado de Marisa Cruz, em Não Há Bela Sem João. Que balanço faz deste programa?
Quando me convidaram para fazer este programa, a minha reação foi de medo. Nunca tinha apresentado nada, além de festivais de tunas e saraus académicos. Num programa de televisão, as coisas não são assim tão descontraídas e a responsabilidade é enorme. Mas o balanço não podia ser mais positivo. Quase um ano e meio de programa diz tudo. Começámos acreditando que poderíamos conseguir ir ao encontro das gargalhadas das pessoas. E acho que conseguimos. É uma delícia fazer este programa.

É impossível esquecer o seu passado  humorístico. As pessoas estão sempre à espera que faça uma piada?
Sempre! Mas é assim mesmo que tem de ser! Tenho sempre uma piada pronta. Faz parte da minha natureza. Por falar nisso, conhecem aquela do não e do nem eu? Não? Nem eu (risos)!

E as pessoas têm dificuldade em perceber que quem faz humor não tem de estar sempre sorridente e bem-disposto?
Acho que as pessoas conseguem perceber isso. Até porque nota-se logo quando eu acordo “do avesso”.

Por falar em humor, esse lado da sua vida está relegado para segundo plano ou continua a ser uma prioridade para si?
O humor fará sempre parte da minha vida. Aliás, continuo com o meu projeto, em comum com o Pedro Alves, Quim Roscas e Zeca Estacionâncio, onde interpretamos as personagens. Fazer rir faz parte da minha identidade, desde que me conheço que sou assim. Por isso, o João estará sempre onde o humor estiver. Até há uma música e tudo… é aquela do “sempre que o humor me quiser, lá lá lá lá”.

Sendo um dos grandes humoristas nacionais, o que acha da relação entre programas de humor e televisão? O público está bem servido ou há muito para fazer?
Um dos grandes humoristas nacionais! Eu? Já ganhei o dia (risos). A televisão será sempre um dos meios ideais para se fazer humor e tem sido ela o meio em que o humor se tem transformado e refinado, ao longo dos anos. E temos muito bons humoristas em Portugal. Acho que o público está bem servido, com humor de qualidade e com excelentes humoristas que têm a capacidade de surpreender com coisas sempre novas.

No futuro, o que gostava de fazer profissionalmente?
Estou, finalmente, a terminar o meu curso e quero (e vou) fazer o Mestrado, simplesmente porque adoro o meu curso e nunca me perdoaria se não fechasse este capítulo iniciado há tanto tempo. Gostaria também de tentar fazer algo na música… Mas a seu tempo. Gostava de experimentar outros formatos de programas, mas não há pressas. Ainda tenho muito para andar e tanto para aprender…

É casado e tem uma filha. Tendo em conta que a sua filha ainda é pequena, como é que a sua mulher lida com o mediatismo que o envolve? Ou seja, é fácil partilhar o marido e pai com milhões de pessoas?
Fui abençoado com dois amores na minha vida. A minha Juliana tem o dom da paciência, também cozinha muito bem… na Bimby (risos) e está sempre presente nas minhas tomadas de decisão, o que permite que não existam ressentimentos por eu estar muitas vezes longe, em trabalho. É certo que custa. Não é fácil estar longe de quem se ama… A Ritinha nunca perde o papá na televisão. Quando fiz o OK KO perguntou­-me logo por que é que a luva se chamava Marlene e por que estava sempre a empurrar as pessoas para a água. Está sempre atenta e nunca lhe escapa nada.

É fácil dar o máximo no trabalho e em casa sem que nenhum lado, seja o pessoal ou o profissional, fique a perder?
Não é fácil. Mas não é impossível. Como disse, tenho a sorte de ter uma família que está sempre comigo e me apoia em tudo o que faço. Todos os bocadinhos em que não estou a trabalhar, estou com as minhas miúdas…

É o pai que sempre sonhou?
Sempre disse que, um dia que fosse pai, iria tentar ser o pai que o meu pai foi para mim. Tento seguir os seus exemplos e tento sempre estar na vida da minha filha da mesma forma que o meu “velhote” sempre estará na minha.

Recuando no tempo e nos primeiros tempos humorísticos… imaginava chegar a este ponto?
Acreditei sempre que isto fosse possível e que pudesse acontecer um dia. Se trabalhamos neste meio, o objetivo principal é o reconhecimento e o sucesso! Mentiria se dissesse que não sonhava com esse reconhecimento. Sonhei sempre com isso. Ainda bem que aconteceu… Fui abençoado. 

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres; Produção: Nucha; Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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