Filipe Gaidão
“Foi a melhor coisa que me aconteceu”

Famosos

Filipe Gaidão fala sobre a importância da mulher
na sua vida e revela os motivos que o levaram
a participar no “Splash Celebridades”

Qui, 19/09/2013 - 23:00

Filipe Gaidão é atleta, ator e, recentemente, mostrou o seu talento ao saltar das pranchas do programa da estação de Carnaxide, Splash Celebridades. Em 2003, foi hospitalizado depois de um grave acidente numa piscina, que o deixou tetraplégico durante um mês. Dez anos depois, o jogador de hóquei conta à VIP como o programa e a força dada pela mulher, Karen Ga idão, o ajudaram a ultrapassar o trauma.

VIP – Recentemente, participou no programa Splash Celebridades. Já alguma vez tinha feito este tipo de saltos para a piscina ou foi uma experiência nova?
Filipe Gaidão – Eu sempre gostei muito de saltar, na praia com amigos e em algumas piscinas, mas nunca num nível tão exigente como o Splash. Foi realmente muito bom.

Como surgiu a oportunidade de participar no Splash Celebridades?
A oportunidade de participar no Splash surgiu porque foi-me feito um convite pela SIC e pela Fremantle, em que me explicaram o conteúdo do programa. Aceitei logo, sem nenhuma dúvida. Achei que este tipo de programa era a minha cara.

Qual o balanço que faz da sua participação no programa?
O balanço que faço é bastante positivo. Fui às semifinais, aprendi muito com os professores do programa e, acima de tudo, diverti-me imenso! Sei que o programa foi do agrado das pessoas e fico muito contente por isso. Mas também tenho a dizer que, a nível físico, foi bastante exigente.

Em 2003 sofreu um grave acidente numa piscina, na consequência do qual ficou tetraplégico durante um mês. Como aconteceu?
O meu acidente em 2003 foi numa piscina… Foi um assunto muito falado, mas que, felizmente, já passou.

Como conseguiu ultrapassar esse trauma?
A minha participação serviu para ultrapassar alguns traumas que tinham ficado desse acidente, principalmente o das alturas. Saltar de tão alto, e ainda dar mortais a meio, foi uma grande conquista. Consegui, graças à participação no Splash, e acho que a minha família ficou orgulhosa.

Na sequência do programa, não pôde participar na 30.º jornada nacional de hóquei em patins, o que acabou por dececionar os fãs. O que tem a dizer sobre isso?
Eu não dececionei nenhum fã… Tenho o maior respeito e simpatia pelas pessoas de Almeirim, mas houve duas ou três pessoas que, para taparem o mau trabalho delas, quiseram desviar a atenção para mim. O que fiz foi por necessidade, por não receber há cinco meses e já não suportar essa situação. Tinha de aceitar o programa, tenho uma família para sustentar e não jogo de borla… aguentei até onde pude, mas tive de optar. Mais uma vez digo que tenho o maior respeito e admiração pelas pessoas de lá e pela claque do clube Ultras Almeirim. A minha consciência está tranquila e, por onde passei, todos sabem o profissional que sou e não admito que belisquem isso. De outra forma, não tinha chegado onde cheguei.

O que é que se sente e pensa quando se chega ao cimo da prancha, tendo todo o País a ver?
O caminho até a prancha é de concentração total. É uma adrenalina pura e o medo de correr mal não pode estar presente. É preciso pensar no que fizemos durante a semana e saltar sem medo. É uma sensação única… Enquanto a luz azul não acende e nos dá o OK para saltarmos, tudo passa pela nossa cabeça e a grande pergunta de sempre é: “Será que vai correr bem?” E, ainda por cima, sabemos que o País inteiro está a ver, o que ainda nos deixa mais nervosos…

Saltar de uma prancha de 7,5 metros é algo que nem todos conseguem fazer. Qual foi a coisa mais louca que já fez?
Saltar de 7,5 é muito alto… as pessoas não tem noção do que é. Quando se falha o salto, o impacto na água é muito forte e a cerca de 60 km por hora. Isso, várias vezes durante a semana, é duro. Mas quando chegava o domingo e o salto saía bem era mesmo uma sensação única, muito boa. Voar de tão alto e fazer os movimentos bem feitos era uma sensação de liberdade fantástica. Por isso, talvez tenha sido mesma esta a experiência mais louca que fiz.

Casou-se há cinco anos. Como se define como marido e pai de família?
Eu penso que sou um bom marido e um bom pai; quer dizer, pelo menos, tento ser. Mas acho que a melhor pessoa para responder a essa pergunta é mesmo a minha mulher, Karen.

Com quatro crianças sempre à sua volta (o casal tem um filho em comum, Filippo, que se juntou a três irmãos, fruto de anteriores relacionamentos dos pais, Mário Jardel Júnior, Victoria e Sebastião) como conseguem tempo para namorar?
Arranjamos sempre tempo para namorar e para estarmos os dois sozinhos. Gostamos muito de viajar e fazemos mesmo questão de ter esse tempo para nós, embora, com tantas crianças, nem sempre seja fácil. Mas também fazemos muitos programas em família e, quando vamos só os dois, eles acabam por perceber que precisamos desse tempo a sós.

É um homem romântico, do tipo que gosta de oferecer flores a Karen?
Acho que sim. Sou romântico e ofereço muitas vezes flores à Karen, até mesmo nas datas que não nos dizem nada. Acho que é assim que deve ser. Mas sou suspeito, só a Karen pode dizer se, realmente, sou um homem romântico.

Tem um dos casamentos mais estáveis entre as figuras públicas portuguesas. Na sua opinião, qual é o segredo para um casamento feliz?
Tenho orgulho em ter um dos casamentos mais estáveis entre figuras públicas. As pessoas, hoje em dia, casam e não dão muita importância ao casamento. Casam por casar e, à primeira adversidade, separam-se. Um casamento é feito de altos e baixos e, acima de tudo, temos de ter mais força nos momentos baixos e lutar, porque é uma coisa que queremos manter. Havendo confiança e respeito já caminhamos para o sucesso. Felizmente, eu e a Karen temos isso e muito mais em comum. Somos muito cúmplices, o que tem tornado o nosso casamento tão bom, fácil e sólido.

Numa entrevista, disse que a Karen era “o seu travão”…
Eu disse uma vez que a Karen era o meu travão , porque ela é muito mais terra a terra que eu. É uma mulher muito inteligente e ponderada. Eu sou mais impulsivo. Complementamo- nos muito bem. Ela é uma batalhadora por natureza, uma grande mãe e uma grande mulher. Estão a ser, sem dúvida, os melhores anos da minha vida, estes desde que conheci a Karen. Foi, com certeza, a melhor coisa que já me aconteceu na vida.

A nível profissional, o que se segue? Tem novos projetos?
Neste momento, faço parte da comissão de honra do Dr. João Cordeiro, candidato a presidente da câmara de Cascais. Mas tenho um projeto para televisão com o ator, e meu grande amigo, João Ricardo , que tem a ver com o Splash. Só estamos à espera que nos recebam nas televisões para o apresentar. Gostava, e quero muito, continuar na área da representação e, recentemente, tirei uma pós-graduação na UAL (Universidade Autónoma de Lisboa ) de Apresentação de televisão, na área de Informação. Agora, é preciso que surjam oportunidades e que as pessoas acreditem em mim e no meu trabalho. Em televisão é difícil entrar. Mas tenho lutado e sido chamado para pequenos papéis. De qualquer forma, tenho a certeza de que o meu dia vai chegar. Alguém há de confiar em mim e dar-me uma grande oportunidade.

Texto: Bárbara Corby; Fotos: Luís Baltasar; Produção: Romão Correia; Cabelo e Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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