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FÁTIMA TRISTÃO DA SILVA preocupada com futuro da filha, a atriz ANA RITA TRISTÃO

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“Gostava que ela fizesse mais televisão porque paga melhor”, diz a maquilhadora
Fátima Tristão da Silva, filha do fadista Manuel Tristão da Silva e uma das principais maquilhadoras do universo televisivo português, recebeu a VIP em casa e falou sobre o Natal, a relação que tem com os filhos e a sua preocupação com o futuro de Ana Rita Tristão, a sua filha mais velha.

Sex, 16/12/2011 - 0:00

Era ainda uma menina quando passava horas nos estúdios da RTP a “fazer o telejornal”, depois da mãe maquilhar muitos dos pivôs da estação pública. Esse lado fascinante da televisão acabou por voltar a entrar na sua vida quando, no 12.º ano, os testes psicotécnicos ditaram o que ela já sabia, pelo menos inconscientemente: o mundo das artes abrir-se-lhe-ia com a maior das facilidades. Ana Rita Tristão entrou na Escola Profissional de Teatro de Cascais e rapidamente percebeu que tinha encontrado o seu caminho.

A atriz, que vive com o namorado, Marco Medeiros, há cerca de três anos, recebeu a VIP em casa da mãe, Fátima Tristão da Silva, filha do fadista Manuel Tristão da Silva e uma das principais maquilhadoras do universo televisivo português, com quem partilha uma cumplicidade que vai muito além da relação maternal. “Regresso muito a casa dos pais, sou muito próxima dos meus irmãos e quero preservar esta relação para sempre, apesar de ter saído para Lisboa para viver com o Marco, quero vê-los crescer”, explica, falando de Diogo, de dez anos, e de João, de 15. Já Fátima Tristão teve de se habituar a viver sem a primogénita, apesar de trabalharem juntas. “Foi muito difícil para mim, não foi uma coisa que eu não estivesse à espera, mas chegou mais cedo do que pensava. Somos muito unidas e no primeiro ano foi muito complicado não a ter por perto, o que é normal, porque era a única menina cá em casa, era muito caseira e fazia-me muita companhia”, explica a mãe, sublinhando: “Não que a cumplicidade se tenha perdido, porque estamos a trabalhar juntas, e quando não nos vemos falamos mais do que uma vez por dia (e agora já estou mais habituada), mas é diferente.”

No Natal, a família junta-se toda de novo, para um serão que acaba já tardiamente, normalmente na Foz do Arelho, perto da família materna da atriz. “O Natal é amor, união, família, juntamo­-nos todos à volta da mesa e voltamos todos a ser crianças. Somos muitos, normalmente passamos na Foz do Arelho, em casa da minha família, e é a única altura em que nos juntamos todos e ficamos até às tantas”, explica Fátima Tristão, enquanto Ana Rita destaca a noite tradicional à lareira. “Toda a família gosta muito desta altura do ano, principalmente porque nos juntamos todos, não só os de casa, porque já estamos sempre juntos, mas também a família alargada. É mesmo Natal, lareira acesa, muitos presentes e é muito giro porque mantemos a tradição de distribuir, só abrimos os presentes quando temos tudo em cima da mesa, depois ficamos horas a conversar, cantamos, dançamos…”

Já depois do período de Natal, mãe e filha têm novos desafios à espera, sempre com a aprovação do patriarca da família, Pedro Cardoso, diretor-geral de produção da Valentim de Carvalho. A maquilhadora, que tem mais de 20 anos de carreira, abriu em sociedade com a filha a empresa My Klaquete que, para além de proporcionar serviços de maquilhagem e caracterização, faz também produção e organiza workshops. Tudo porque, diz, quer garantir um futuro à filha. “Eu gosto que ela esteja no teatro, porque é a escola mais maravilhosa que se pode ter, mas toda a gente sabe que neste país o teatro não paga renda de casa, portanto claro que gostava que fizesse mais televisão, porque paga melhor, além de lhes dar promoção”, diz, adiantando as razões que a levaram a fundar uma empresa. “Decidi propor uma sociedade à minha filha e abrir My Klaquete, a pensar no futuro dela”, diz, realçando: “Estamos a viver uma crise, e eu fico sempre preocupada em relação aos meus filhos, principalmente em relação à Rita, porque os outros ainda estudam. Estas coisas das ‘teatrices’ pode acontecer uma temporada boa e depois acontecer ficar meses sem trabalho. Eu sei porque estou no meio, as televisões lembram-se sempre dos mesmos atores e não se lembram dos que estão em casa – o que é uma pena porque ela é ótima.” Já Ana Rita desdramatiza e confia no futuro como atriz ao lado do namorado, Marco Medeiros, que optou pelo caminho da encenação e é diretor artístico da companhia Palco 13, que fundou.

“É uma companhia que não é subsidiada, portanto fazemos tudo, montamos os cenários, os figurinos, mas é bom, estou a aprender imenso”, realça a atriz, de 26 anos, acrescentando que não culpa ninguém por não trabalhar em televisão. “Não tenho tido projetos em televisão, se calhar a culpa é minha porque talvez não ande atrás das coisas tanto como deveria, mas como adoro o que estou a fazer e também não estou parada…” Entre a companhia de teatro e a empresa que abriu com a mãe, assume-se como jovem empresária, apesar do estilo descontraído. “Sobretudo estou a  aprender coisas que estão completamente fora do meu mundo, contabilidade, faturas, burocracia, mas é muito interessante”, diz.

Já a vida a dois, não podia ser melhor, garante. “É maravilhoso, eu estava assustada no início, mas ele é ótimo, é maravilhoso e ainda para mais é uma fada do lar, faz tudo, ajuda, ensina-me a cozinhar porque sou péssima cozinheira e ele, pelo contrário, adora portanto, a vida com ele é facílima.”

Casar, diz, “não faz parte dos planos”, apesar da mãe “adorar a ideia”. “Ele tem o seu mérito, é um ótimo encenador e, principalmente, é um ótimo ser humano. A minha filha teve muita sorte, porque é um amor, mas ele também teve muita sorte”, aprova a progenitora. Filhos também seriam bem-vindos, mas a atriz prefere esperar. “A minha avó adorava, já me disse que tratava da criança, e pelo Marco já tinha aí uns três filhos, mas por agora quero apostar na minha carreira, senão não vou ter tempo para fazer aquilo que quero; nós queremos fazer tantas coisas na companhia e com uma criança não poderíamos evoluir como deve de ser porque teríamos de dar atenção a outro ser”, explica.

Já Fátima, que teve uma vida profissional intensa e três filhos, vai dando dicas. “Não é difícil de gerir se lhes incutirem regras de boa convivência e saberem que não podem ter os pais a tempo inteiro”, diz. No entanto, realça, o seu segredo é “quebrar a rotina” de três em três meses, nem que seja com um fim de semana fora, com o marido, “para namorar” ou “entre amigas”. E, no pouco tempo livre, aproveitar de facto para passar tempo de qualidade em família.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L´Oréal Professionnel

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