Marlon Correia
Família ficou “derrotada” com a morte do jovem

Famosos

Marlon Correia, de 24 anos, veio com os pais para Portugal para fugir à violência na Venezuela

Seg, 20/05/2013 - 23:00

Bastou um minuto e 20 segundos para mudar para sempre a vida da família Correia. Aquela que supostamente seria mais uma noite de diversão na Queima da Fitas, no Porto, terminou em tragédia com a morte do jovem Marlon, de 24 anos, atingido a tiro durante uma tentativa de assalto às bilheteiras do queimódromo, onde estava a trabalhar.

Filho de emigrantes na Venezuela, Marlon veio para Portugal com os pais há dez anos. A violência latente naquele país pesou na decisão de Jacinto Correia, que esperava aqui poder criar os filhos sem receios. “Saímos para não vivermos este momento e viemos vivê-lo à nossa terra natal…”, desabafou, inconsolável, pedindo “justiça” para esta tragédia que lhe tirou a alegria de viver e que consternou o País.

Contactado pela VIP, o pai do jovem abriu o coração ferido de morte: “Sentimo -nos derrotados! Estamos a tentar tirar forças onde não existem. Via um futuro enorme no meu filho, era uma referência… Ficámos derrotados naquela noite!” A VIP falou com Christian Correia, que se revelou desgostoso com o sucedido e pela falta de informação dada à família sobre o paradeiro dos homens que estiveram envolvidos no assassinato do irmão mais novo.

“Não sabemos de nada, não nos dizem nada. O que vamos sabendo é o que vem nos jornais. Nem a polícia, nem a Federação Académica do Porto nos dizem nada. Dizem que já apanharam dois, mas que os soltaram, mas até isto soube pelos jornais”, lamentou, mostrando-se igualmente triste com o facto de a Queima das Fitas ter prosseguido após a morte: “Aquilo envolve muito dinheiro, muitas pessoas, mas podiam pelo menos ter parado um ou dois dias.”

Árbitro de profissão, desabafa: “Éramos quatro, agora somos só três, nem sei dizer como me sinto.” Segundo Christian, o irmão “tinha muitas amigas, mas não tinha namorada. O meu irmão era muito afetuoso, dava-se bem com toda a gente. Tinha acabado o curso, ia deixar o futebol para continuar na área do desporto, tinha uma vida pela frente”. Prova disso são as centenas de mensagens deixadas no mural do Facebook de Christian, mas também as páginas entretanto criadas para lembrar o jovem estudante e a pedir justiça.

O Sporting Clube de Arcolzelo, por exemplo, já fez saber que a camisola com o número 25, que pertencia ao jovem finalista, não voltará a ser usada. Marlon Correia colaborava há vários anos na organização da Queima das Fitas e era finalista da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Ainda foi socorrido no local por uma viatura médica do INEM, mas já não foi possível salvar o estudante, que pereceu a duas balas nas costas.

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: DR

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