Maria De Vasconcelos
Fala sobre o projeto musical que inclui o marido e as filhas

Nacional

“A vida delas é um musical, é um prazer ouvi-las”

Seg, 15/06/2015 - 14:49

Maria de Vasconcelos é um nome bem conhecido do universo infantil graças às suas músicas e canções de cariz didático As Canções da Maria, um projeto que já vai na segunda edição e que conta com a participação de toda a família: Xavier Colette, marido de Maria, e as duas filhas, Mathilde, e 11 anos, e Manon, de nove. A artista e médica psiquiatra é uma mulher orgulhosa da família que construiu. “Sou a maior fã delas e do meu marido, o pai das manas M, o Xavier. São a minha inspiração para muitas e muitas coisas da nossa vida”, afirma à nossa revista.
 
VIP – Mais um DVD lançado. Fale-nos um bocadinho sobre este projeto.
Maria de Vasconcelos – As Canções da Maria são uma ferramenta didática, editada há já três anos e meio, e são o programa escolar do 1.º ciclo a cantar. Facilitam, pois, a aprendizagem. O primeiro livro/CD contém 15 canções sobre temas como os nomes coletivos, os ditongos, o aparelho urinário, o aparelho cardiovascular, a adição, a subtração, a lateralidade, os planetas, etc.. O segundo avança mais um pouco e em 18 canções explica a sílaba tónica, a tabuada, a ortografia, o aparelho digestivo e o respiratório, os problemas matemáticos, os números pares e ímpares, etc.. No que diz respeito aos DVD, o primeiro traz os vídeos correspondentes ao primeiro livro e este segundo traz os correspondentes ao segundo, acrescentando explicações em imagem. Os vídeos são em desenho animado e sempre muito pedidos pelas crianças, pais e professores.
 
Diz que tudo é mais fácil a cantar. Porquê?
Porque acredito que assim é. Tudo é mais fácil a cantar é o lema de As Canções da Maria. Tudo é mais divertido. Estudar a cantar é como se se brincasse. Não exige tanto esforço. A música toca no coração e a memória do coração é muito forte. Nós temos dois hemisférios cerebrais: um esquerdo, da lógica, do pragmatismo, da linguística, focado numa tarefa de cada vez, mais teimoso mostrando mais persistência em acabar aquilo que começou, e um hemisfério direito, da linguagem não falada, capaz de tratar várias coisas ao mesmo tempo, mais flexível, mudando de planos para resolver problemas, aparentemente mais ligado à avaliação emocional e à memória emocional, mais sensível à linguagem artística. Quanto mais os dois funcionarem com um mesmo propósito mais fácil é a memorização. Logo, se a matéria for cantada de forma engraçada, associamos o conteúdo a decorar a uma forma muito agradável de o transmitir, associamos os dois hemisférios, e isso facilita a aprendizagem.
 
Em que situações já usou esta máxima?
Uso frequentemente. Todos os dias, aliás. Empiricamente sabe-se que tudo é mais fácil a cantar. Por algum motivo temos o ditado: “Quem canta seus males espanta.” A minha avó sempre me disse e a minha mãe também. Neste caso específico, “quem canta, seus males de aprendizagem espanta”. Ainda sei os verbos transitivos que aprendi no 7.º ano, porque aprendi-os a cantar, apenas para dar um exemplo. Comprovo que é verdade com as minhas filhas, com os colegas delas, com o retorno que tenho tido de outras crianças, dos professores e dos pais.
 
Já ensinou isto as suas filhas?
Claro! Pois se a Mathilde e a Manon são parte integrante de As Canções da Maria, elas próprias transmitem isso a todos. 
 
Elas partilham o seu gosto pela música?
A Mathilde e a Manon, como muitas crianças, cantam desde muito pequeninas. Passam os dias a cantar e cantam cada vez melhor. Tudo é tema para uma canção. A vida delas é um musical, é um prazer ouvi-las.
 
Quer que elas sigam as suas pegadas?
Quero que elas sejam felizes.
 
Elas são as suas maiores fãs?
Eu é que sou a maior fã delas e do meu marido, o pai das manas M, o Xavier. São a minha inspiração para muitas e muitas coisas da nossa vida. 
 
Canta para elas?
Canto com e para elas e elas cantam para mim, para nós, e para todos nos discos e nos concertos.
Alguma das canções é dedicada a elas ou sobre elas?
Em 2005, saiu um álbum de originais meu chamado Era Uma Vez. Para esse disco fiz uma canção para a Mathilde, quando ela tinha nove meses. Muitas pessoas me pedem para reeditar, quem sabe? Depois, quando a Manon era bebé, fiz outra para ela, que não chegou a ser editada, ainda… Neste projeto, todas as canções da Maria são para elas. Esta aventura existe graças às minhas filhas, logo tudo é com e para elas em primeira mão. Quando começaram, ainda muito pequenas, a colocar-me questões sobre as matérias da escola, comecei a fazer canções para lhes facilitar a aprendizagem e um dia resolvi exportá-las para fora das portas da nossa casa e tentar facilitar o estudo de todas as crianças que gostem de aprender desta forma. O mais fantástico de tudo é comprovar isso todos os dias com o imenso retorno de pais, professores, educadores e das crianças que nos escrevem e nos acompanham nos concertos.
 
Leia a entrevista completa na edição número 933 da VIP.
 
 
Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres: Produção: Romão Correia e Zita Lopes; Cabelo e maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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