Tânia Ribas De Oliveira
Elogia Júlio Isidro

Famosos

“Ele é o mestre da televisão”

Sex, 27/03/2015 - 0:00

Os imprevistos , tal como o nome indica, não são previsíveis, mas em televisão a solução tem de ser rápida e quase imediata. Na terça-feira (17), inesperadamente, Tânia Ribas de Oliveira, que está grávida do segundo filho, não  conseguiu apresentar o programa da manhã, Agora Nós, por causa de uma gastroenterite viral que lhe foi transmitida pelo filho, Tomás. O problema é que, com José Pedro Vasconcelos de férias, a RTP ficou sem apresentador para as três horas de direto do programa diário. A solução foi recorrer à prata da casa. Júlio Isidro, que estava em casa, de pijama, recebeu um telefonema, já passava das nove da manhã, a perguntar-lhe se podia estar na estação pública menos de uma hora depois. Não conseguiu estar às dez em ponto, hora habitual para o início do programa, mas o “senhor televisão” salvou a manhã da RTP e, desde então, tem havido uma onda de reações positivas à sua prestação num programa que desconhecia por completo. Brincou com a situação, começou por dizer que era certamente a pessoa que menos conhecia o programa e que, felizmente, ainda tinha tido tempo de tomar duche. “O programa, hoje, não se chama Agora Nós, mas Agora É que São Elas”, brincou ainda. Famosos e anónimos têm defendido que o apresentador, que conta com 55 anos de carreira, não devia estar nos canais do cabo.
 
Questionado pela Imprensa, respondeu com modéstia que a experiência o ajudou a conduzir o programa. “Fui buscar os meus recursos destes anos todos de trabalho, a minha experiência e os meus conhecimentos, por isso, só fui nervoso no trânsito. A equipa de produção estava muito nervosa, não me conhecia, eu também não a conhecia, foi uma adaptação ao momento. Fui tirando pelo sentido, fiz à minha maneira e com as indicações que me iam dando. Felizmente, sou capaz de ir buscar as gavetas todas da experiência para poder fazer”, disse, realçando que esta situação foi excecional. “Fui ali dar uma ajuda à RTP, aos espetadores da RTP e aos meus colegas de trabalho, mas… alto! Cada um no seu lugar! Eu seria incapaz de me insinuar numa altura destas, seria de uma baixeza que não aceito”, afirma. Já Tânia Ribas de Oliveira diz que não podia ter tido melhor substituto, mas não esconde a surpresa por, de repente, o País descobrir que Júlio Isidro é a pessoa da televisão com mais experiência e savoir-faire. “Ninguém está livre de ficar doente, muito menos quando se está em estado de graça, com o sistema imunitário mais em baixo. Eu ainda tentei, mas estava num estado tal que me mandaram imediatamente embora. Aliás, fiquei a manhã no hospital, porque estava a ficar desidratada, mas achei esta solução brilhante. O Júlio é o grande mestre da televisão portuguesa, foi muito bom que estivesse disponível, que tivesse o telefone ligado”, diz a apresentadora, que só em última instância falta ao trabalho. “Não é só em televisão que existe esta pressão. Quantos atores conheço que vão fazer peças de teatro a arder em febre porque o público está lá, comprou bilhete? E os apresentadores de televisão de daytime sofrem com isso porque têm programas todos os dias e, de vez em quando, têm uma virose”, brinca a apresentadora, realçando: “Espero que isto nunca volte a acontecer, e só por ser tão raro é que é notícia. E porque é o Júlio Isidro, que depois de 55 anos de carreira continua pronto para qualquer desafio. Mas com uma dupla é raríssimo isto acontecer.” 
 
No entanto, Tânia Ribas de Oliveira não entende a surpresa generalizada que o sucedido provocou: “Ele sempre me aconselhou, desde que sou uma miúda; ele próprio dizia que, de repente, toda a gente lhe chama o génio Isidro. É uma pessoa supercompetente, com uma cultura, uma maneira de estar, uma voz e uma segurança únicas. Mas isto que agora aconteceu é normal, pois trabalhamos todos no mesmo canal e se um está doente, o outro vai fazer o programa. Parece-me a coisa mais óbvia e mais prática do Mundo.” 
 
Certo é que, na quarta-feira, já com a jornalista recuperada, o histórico apresentador foi novamente convidado, para, desta vez, ser recebido por uma plateia… em pijama. “Desde ontem, passei a dormir já vestido, com camisa, gravata e tudo, é a melhor maneira de conseguir resolver os problemas de urgência”, brincou Júlio Isidro, que se assume como “bombeiro (in)voluntário”. O profissional defende que foi uma situação inédita e que pretende continuar na RTP Memória, onde tem estado nos últimos anos. “Não tenho muitas razões para matar saudades porque vou lá todas as semanas. Estou lá praticamente todos os dias, a editar e a preparar o meu Inesquecível”, diz. Já no Facebook, lançou um apelo a José Pedro Vasconcelos: “Amigo Zé Pedro, volta depressa, mais remoçado e junta-te com o teu talento à Tânia, porque o futuro é o tempo do “Agora Vós”!!!!”  
 
Texto: Elizabete Agostinho e Helena Magna Costa; Fotos: Nuno Moreira e Jean Paul Lopes

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