Débora Bloch
“É chato envelhecer, mas não há outra opção”

Famosos

Qui, 31/10/2013 - 0:00

A estadia de Débora Bloch em Portugal foi curta, mas suficiente para que a atriz brasileira percebesse que, deste lado do oceano Atlântico, é mais conhecida do que imaginava. “Tenho tido muitas reações do público que me aborda. À chegada, assim que mostrei o passaporte, o polícia disse logo que estava a reconhecer-me. Depois, numa esplanada do Príncipe Real, o empregado mostrou-se muito gentil. Acho o povo português uma delícia e tenho pena de não ficar mais tempo. Aliás, embora não conheça as novelas portuguesas, viria para Portugal fazer uma, se fosse uma personagem interessante”, atira a atriz, bem-disposta.

Em Lisboa para promover a novela Cordel Encantado, que vai estrear brevemente na Globo, a atriz falou da carreira que tem na televisão e no teatro. São mais de 30 anos a interpretar outras vidas. Trinta anos que, para ela, nunca poderão ser revistos em forma de balanço. “Esta é uma profissão que tem muitos momentos. Momentos em que nos sentimos a fazer coisas novas, momentos em que sentimos que temos de nos reinventar. Momentos em que estamos satisfeitos e outros em que não estamos. A média de todos eles é o que vai contando, porque, na verdade, são as nossas escolhas que criam a nossa trajetória”, explica a atriz, salientando que há apenas dois momentos da sua trajetória que pode destacar: “Os bons e os maus momentos.” E como aprendeu Débora Bloch a lidar com estes altos e baixos? “O importante é encarar as duas situações da mesma maneira. Quando estamos com muito sucesso, é preciso não esquecer que amanhã podemos não ter esse sucesso; quando nos sentimos insatisfeitos, é preciso lembrar que é disto que podemos criar algo novo, reinventarmo-nos. Quando achamos que sabemos tudo, estamos perdidos. É quando começamos a ficar mal”, salienta, ao mesmo tempo que revela que é no teatro que procura reinventar-se, quando sente essa necessidade.

Mas não foi só de trabalho que ficou marcada a conversa de Débora Bloch com os jornalistas. Aos 50 anos, a atriz garante que está a viver uma fase tranquila. Divorciada, depois de 15 anos de casamento, e mãe de dois filhos, Débora afirma que não fechou portas ao amor e gostava de se apaixonar por um homem português. “Estou a contar com isso”, diz, entre risos. Porém, não esconde que está a viver uma fase cuja atenção está centrada nela própria. “Não troco esta idade pelos meus 20 anos. O passar dos anos tem o seu lado bom e o seu lado mau. Esta idade dá-nos a calma e a tranquilidade que só o passar dos anos nos podem dar. É chato envelhecer, mas não há opção. A outra opção é morrer. Por isso, é melhor lidar com o envelhecimento da melhor forma possível. O tempo traz perdas, mas também nos dá ganhos”, remata a atriz.

Texto: Micaela Neves; Fotos: Tito Calado

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