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Duas mil mulheres com próteses mamárias PIP em Portugal

Saúde e Beleza

DGS aconselha calma
A Direção Geral de Saúde estima que haja em Portugal apenas 1500 a 2000 mulheres com implantes mamários da Poly Implant Prothese (PIP) ou seja, 3% do total de mulheres com implantes. Muitas destas mulheres estão assustadas com as notícias de que estes implantes são pouco seguros e podem verter para o organismo um tipo de silicone que não foi pensado para fins medicinais, mas sim para a construção.

Qua, 28/12/2011 - 0:00

A Direção Geral de Saúde estima que haja em Portugal apenas 1500 a 2000 mulheres com implantes mamários da Poly Implant Prothese (PIP) ou seja, 3% do total de mulheres com implantes. Muitas destas mulheres estão assustadas com as notícias de que estes implantes são pouco seguros e podem verter para o organismo um tipo de silicone que não foi pensado para fins medicinais, mas sim para a construção.

As notícias de França, onde uma mulher com esta marca de implantes morreu de cancro da mama, aumentam o pânico, sobretudo depois das autoridades sanitárias do país aconselharem a remoção. Em Portugal não é esse o conselho dado às mulheres, como explicou à VIP Cristina Abreu dos Santos, chefe da Unidade de Emergências de Saúde Pública da DGS. “Não há notícias de efeitos adversos destes implantes em Portugal, mas o que se aconselha às mulheres com próteses desta marca é que se dirijam ao seu cirurgião para confirmar a integridade das suas próteses.” No nosso país o Infarmed tinha já mandado retirar do mercado os implantes da marca PIP, em Março do ano passado.

Ângelo Rebelo: “Marcas brancas são as mais perigosas”

Ângelo Rebelo diz não trabalhar com a marca que está sob suspeita, mas tem recebido telefonemas diários de mulheres preocupadas com os seus implantes mamários. O problema para este cirurgião é as pessoas procurarem o mais barato, prescindindo mesmo de exigir documentos que comprovem a qualidade das coisas que colocam no corpo. “Muitas vezes as mulheres nem sabem que marca foi utilizada”, diz. O mais grave, acusa Ângelo Rebelo, é a utilização de “marcas brancas”, ou melhor, de próteses sem marca, em que nem sequer é possível detetar qual o fabricante e menos ainda a qualidade dos processo de fabrico. “As pessoas esquecem-se que uma cirurgia não é um ato isolado. As mulheres que eu opero são acompanhadas por mim e recebem um certificado sobre os produtos que lhes foram colocados no corpo”, esclarece. Apesar da polémica, Ângelo Rebelo afirma que o silicone, em geral, é ainda o melhor produto para cirurgias de aumento mamário.

Francisco Campos: “Todos usam aqueles implantes”

O cirurgião Francisco Campos acredita que haja em Portugal 20 a 30 mil mulheres com os implantes considerados perigosos. Apesar de afirmar que nunca utilizou esta marca (“só utilizo implantes com garantia vitalícia dada pelo fabricante e aprovados pela Food and Drug Administration”) revela que muitas mulheres já o contactaram para retirar próteses colocadas fora dos hospitais onde trabalha e diz já ter mesmo retirado algumas. As razões para a o grande popularidade dos implantes da PIP em Portugal são o seu baixo custo: “Quanto mais baratas as próteses, mais ganha o cirurgião e por isso todos as usam” , afirma. “Uma mulher que tenha uma prótese desta marca deve retirá-la rapidamente”, defende o médico, alertando para a necessidade de as mulheres procurarem materiais de qualidade e certificados.

Ibérico Nogueira: “Aconselho retirada das próteses”

O cirurgião Francisco Ibérico Nogueira considera que todas as mulheres que têm implantes mamários de marca PIP devem retirá-los. “Não se trata de um erro nem de construção nem de fabrico, mas sim de um crime, em que é utilizado um produto pensado para construção civil e não para fins médicos”, afirmou à VIP. O médico considera que o silicone concebido para fins médicos está testado, sobretudo no que respeita aos riscos de causar cancro, e não oferece perigos para a saúde. “Tenho tido bastantes solicitações, sobretudo de pessoas que colocaram implantes no estrangeiro e estão preocupadas, mas ainda nenhuma pediu para retirar.” Ibérico Nogueira afirma que nunca trabalhou com a marca que está sob suspeita.

Cristopher Johnson: “Vigilância é o mais importante”

Para ao cirurgião Cristopher Johnson a ligação entre os implantes de marca PIP e os casos de cancro da mama não está estabelecida cientificamente. O médico diz não trabalhar com a marca francesa alvo de suspeita, mas defende o parecer da Sociedade Brasileira de Cirurgia segundo o qual procurar o médico e aumentar a vigilância são, para já, as medidas que as pessoas que têm as próteses PIP devem adotar.

Texto: CFA; Fotos: Impala

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