Sandra Tavares Da Silva
Distinguida

Famosos

Elegante VIP 2011

Qui, 07/06/2012 - 23:00

Depois de uma bem sucedida carreira de manequim, Sandra Tavares da Silva dedicou-se a uma paixão que nasceu na quinta do seu avô: a vitivinicultura. Licenciou-se em Engenharia Agronómica e tem um master em Enologia, realizado na Universidade de Piacenza, que pagou com os trabalhos como manequim. Apaixonou-se pelo Douro e, depois de “adotar” a região, apaixonou-se por Jorge Serôdio Borges, com quem criou a Wine & Soul. Aos 39 anos, mãe de três filhos, a enóloga foi eleita Mulher Elegante VIP 2011.
VIP – Como recebeu esta nomeação e a eleição?
Sandra Tavares da Silva – Fiquei muito feliz, acho que é sobretudo um reconhecimento do trabalho que tenho feito.
O que é para si, a elegância?
Elegância é saber estar, independentemente do sítio onde estejamos. E, muitas vezes, passarmos despercebidos.
“A invisibilidade é a condição para a elegância”, como diria Jean Cocteau?
Sim, pelo menos para mim funciona assim, já é uma herança de família. Era assim para a minha mãe, era assim para a minha avó e eu também tento passar isso às minhas filhas.
As suas filhas são femininas?
Mais ou menos. Eu às vezes até queria que fossem mais, mas a Joana quer ser manequim e quando for a altura gostaria de a ajudar, mas sempre com os pés na terra, tal como eu fiz.
Disse que não estava à espera deste prémio. Por alguma razão em especial?
Devido à profissão que tenho e ao tipo de vida que tenho, não apareço muitas vezes publicamente e por isso achava que não ficaria incluída. As pessoas que estavam nomeadas consigo eram de faixas etárias, de estilos, ou de áreas completamente diferentes.
É possível ser elegante em ambientes tão diferentes?
Sim e nas mais diversas faixas etárias. Acho fantástico uma pessoa saber envelhecer, saber estar e saber adaptar a sua indumentária e a sua forma de vestir à idade que tem.
Foi manequim durante 13 anos. Isso deixou alguns vestígios na sua forma de estar?
Sim, adorei e aprendi muito em termos de contacto humano, o que foi importante para a minha formação. Estar aqui foi ótimo porque reencontrei pessoas que já não via há quase 20 anos! Como vivo no campo e viajo bastante, não consigo conciliar a vida profissional com alguma vida social, digamos assim. E tenho saudades, confesso.
A adaptação ao meio da vitivinicultura, que é principalmente masculino, foi fácil?
Desde miúda que tenho de me adaptar a diferentes situações e diferentes ambientes, portanto de facto é uma realidade e um mundo muito masculino, mas se conseguirmos conquistar as pessoas, não só de forma pessoal, mas também profissional, tudo se consegue.
Havia preconceito, por ser mulher?
Sim, senti muito preconceito no início, mas não foi só por ser mulher, acho que foi principalmente por ter sido manequim. Notava que as pessoas duvidavam das minhas capacidades porque me conheciam como manequim. Mas isso foi facilmente ultrapassado.
Quando nasceu esta sua paixão por vinhos?
A minha família tinha uma quinta onde passei a infância; ajudava em todos os processos, portanto foi ganhando forças. A partir do momento em que o meu pai comprou a Quinta da Chocapalha, em Lisboa, foi definitivo para me decidir a estudar Enologia.
Receber prémios internacionais pelos seus vinhos é a recompensa de um trabalho árduo?
Sem dúvida, é uma recompensa para o grande esforço e trabalho que temos ao longo do ano.
Os vinhos portugueses não têm o reconhecimento que merecem?
Acho que não. Nos últimos dez anos temos ganho muita qualidade, mas acho que temos de mudar a imagem de Portugal, porque temos muito potencial. Também há muita falta de verbas a nível nacional para conseguir fazer campanhas publicitárias de grande dimensão.
Portanto um serão, ou um jantar romântico com o seu marido implica necessariamente um bom vinho?
Exatamente (risos).
Consegue conciliar a vida profissional com a vida familiar, visto ter três filhos?
Não é sempre fácil, mas gosto muito do que faço. E como o meu marido também é enólogo, sentimos tanta paixão por aquilo que fazemos, que dá-nos força. Adorámos criar a nossa empresa e por ser um projeto familiar sentimos que estamos a criar uma coisa que é nossa e muitas vezes nem sentimos que é trabalho.
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Romão Correia

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