Diogo Infante
Mostra indignação por decisão de Cavaco Silva

Nacional

“Gostava que soubesse que a adoção tem sido uma oportunidade não só para me exercer como pai, mas sobretudo para proporcionar a uma criança necessitada uma perspetiva de futuro”

Qua, 27/01/2016 - 11:53

Diogo Infante está indignado com a decisão de Cavaco Silva, que vetou a lei da adoção dos casais do mesmo sexo na véspera das Eleições Presidenciais. Casado com Rui Calapez, o ator é pai de um menino, Felipe, que adotou há cerca de cinco anos. No texto que escreveu, Diogo Infante ressalva que além de ter conseguido ser pai com a adoção, a opção permitiu-lhe dar um futuro a uma criança necessitada. 

Leia aqui o texto que Diogo Infante escreveu: 

“Um dia depois de ter sido eleito o novo Presidente da República, Cavaco Silva vetou a lei da Adopção por casais do mesmo sexo, que tinha sido previamente aprovada na assembleia da republica. O jornal Público anuncia hoje que Cavaco Silva será obrigado a promulgar a lei da adoção por casais do mesmo sexo, antes de sair.
Ainda bem! É caso para dizer que foi um tiro no pé…!
Exº Presidente,
Gostava que soubesse que a adopção tem sido uma oportunidade não só para me exercer como pai, mas sobretudo para proporcionar a uma criança necessitada uma perspectiva de futuro, integrada numa nova estrutura familiar. O que é extraordinário no processo de adopção, é que ele é efectivamente bilateral e pressupõe uma aprendizagem diária sobre a natureza humana, sobre a nossa capacidade de aceitar, compreender, respeitar e de amar o outro incondicionalmente. Na parentalidade o que é verdadeiramente significativo não é o género, nem sequer se temos um ou dois pais, ou se são do mesmo sexo, é a forma como essas relações filiais se estabelecem e se consolidam com base na confiança, no respeito e no amor. São estas as premissas que permitirão que as crianças cresçam fortes, moralmente e eticamente sólidas, e com a auto estima necessária para enfrentar os desafios da vida!
Se as crianças em regime de adoptabilidade dependessem exclusivamente de políticos como o senhor, muitas estariam condenadas a ficarem em instituições até que atingissem a maioridade, sem direito a uma família, seja ela de que natureza for, que lhes dê um lar, amor e o carinho, que os pais biológicos não foram capazes de dar!” 

Fotos: Impala 

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