Liberto Mealha
“Deveria ter pensado que sou um alvo”

Oito meses após ter sido brutalmente agredido quando chegava a casa, em Albufeira, Liberto Mealha, que ficou internado durante cinco dias por causa dos ferimentos, quebra o silêncio e fala sobre o incidente que muitos quiseram associar aos negócios da noite. “Essas notícias não passaram de especulações”, conta o empresário, de 58 anos. “Nunca pensei que tal me pudesse acontecer porque não tenho negócios malfeitos nem devo dinheiro a ninguém.”

Mealha assume que não dava muita importância à segurança, mas mudou de atitude. “Acho que facilitei demasiado. Com a crise e com a fobia de sobrevivência das pessoas, deveria ter pensado que sou um alvo como muitos outros. Sou um empresário. As coisas correm­-me bem e não ando com seguranças. Deveria ter­-me preocupado”, refere. Apesar do susto, o dono do Liberto´s Bar entende que não tem de mudar a sua forma de estar. “Continuo o mesmo mas preocupo­-me mais com a minha segurança.”

A postura do dono do Libertos Bar e do Wild&Company, em Albufeira, mantém­-se mas a vida profissional sofreu uma pequena alteração. Está a preparar o filho, Carlo, para que daqui a dois anos tenha um papel de maior relevo nos negócios da família. “Formou­-se em Gestão e está comigo há cerca de quatro meses. É muito empenhado, responsável, humilde e tem muita paciência. Mas este negócio não vem nos livros. Vejo que tem capacidade e já lhe disse que o acompanho nos próximos dois anos. A partir daí será ele a gerir as coisas e espero que consiga fazer melhor do que eu”, revela à VIP.

Numa altura em que se fala muito de crise, o empresário lembra com saudade alguns dos momentos vividos ao longo das últimas três décadas. “Recordo com alegria os períodos em que não havia dificuldades. Quando as pessoas se divertiam, sabiam viver sem se preocupar com o futuro. Tenho saudades desses tempos pois hoje vive­-se a pensar no amanhã”, lamenta.

Sendo o proprietário do bar algarvio mais frequentado pelos jogadores de futebol, Liberto Mealha aproveita para fazer uma previsão sobre a prestação da Seleção Nacional no Europeu. “É uma sorte se Portugal conseguir passar a primeira fase. Mas, como português, vou torcer pelo nosso país e até vou assistir, ao vivo, ao jogo contra a Dinamarca”, conclui.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Marco Fonseca

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