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“A crise levou-me para os cavalos”

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Pioneiro no ramo da estética feminina, RUI MARQUES aposta agora noutro mercado
Andou por meio mundo e já fez de tudo um pouco em termos profissionais, mas a nova aposta de Rui Marques volta a surpreender. Pioneiro na área da estética, onde começou há cerca de 14 anos, o empresário nascido em Angola resolveu dedicar-se agora… aos cavalos.

Sex, 06/01/2012 - 0:00

 Andou por meio mundo e já fez de tudo um pouco em termos profissionais, mas a nova aposta de Rui Marques volta a surpreender. Pioneiro na área da estética, onde começou há cerca de 14 anos, o empresário nascido em Angola resolveu dedicar-se agora… aos cavalos.

Não aos cavalos enquanto criador, mas num âmbito mais relacionado com a recuperação do próprio animal. “Fazemos o tratamento de certas lesões através de um laser que atua a nível celular. Não é um tratamento destinado aos veterinários, mas sim ao criador ou ao competidor.” A ideia não é nova, muito menos a patente adquirida em 1999, mas foi o “estado das coisas” que levou ao despertar de uma ideia. “A nova conjuntura económica obrigou-me a mudar um pouco o negócio, já que era muito dedicado à estética. Virei-me para os cavalos por saber que era um mundo para o qual tinha algo que é uma mais-valia e por ser uma área de negócio onde ainda há pessoas com capital”, contou em conversa com a VIP. Graças à iniciativa, e depois de fazer muitas mulheres felizes devido aos seus tratamentos de estética, Rui Marques é recompensado com o sorriso dos muitos criadores de cavalos que o têm procurado. “Nas mulheres, o que mais me agradava é ver os resultados a surgirem. Nos cavalos é exatamente o mesmo, mas a motivação talvez seja maior porque neste caso conseguimos superar, e em muito, os tempos de recuperação dados pelos veterinários”, afirma visivelmente orgulhoso.

Não sendo um cavaleiro exímio, muito por culpa de um incidente ainda em criança, Rui Marques admite que aliar este novo projeto a uma área da qual é fã foi igualmente um atrativo: “Andei a cavalo quando era miúdo, tinha até um, mas depois ele fez com que ficasse com o rosto num poste de eletricidade e deixei-me disso. Adoro-os e sou capaz de dar um passeio num muito mansinho, mas montar mais a sério é que não”, admite entre sorrisos.

Um homem verdadeiramente frontal

Rui Marques foi modelo, coreógrafo e personal trainer. Profissões relacionadas com a arte de trabalhar o corpo, a sua grande paixão: “Tenho uma enorme atração pela beleza, não o nego. Mas a minha experiência já me ensinou que um simples sorriso revela mais beleza que um belo rosto”, admite. Licenciado em Educação Física, decidiu enveredar pela estética quando percebeu que as aulas particulares que dava no seu ginásio “não eram suficientes para eliminar a celulite das senhoras”. Foi assim o primeiro a implementar o conceito de tratamentos low cost no nosso país, em 2004, “uma ideia que na altura não foi bem recebida”, recorda. Como diz o poeta, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e a tendência recente dos tratamentos estéticos a baixo custo tem provado que estava no caminho certo. “Como aquariano que sou, estou sempre uns passos à frente”, afirma, não escondendo o seu empreendedorismo.

O que noutras pessoas seria pouca modéstia, em Rui Marques é um traço de personalidade. Frontal e sincero a todo o custo, reconhece que tem o coração “demasiado perto da boca”, um atributo que, diz, tem pautado a sua postura profissional e sobretudo nos seus relacionamentos amorosos. “Sou extremamente romântico e pensei que só me casaria uma vez. Infelizmente a vida não proporcionou isso e fui muitas vezes mal compreendido porque a minha profissão tem muitas solicitações”, admite.

Um homem que sofre por amor

Depois de três casamentos, o empresário desfruta agora da “boa vida de solteiro”. Dos três enlaces, o último foi o que mais o marcou: “Vivi o sonho da minha vida, pois nunca tive filhos e ela tinha dois, o que me deu o prazer de ser um pai extremoso”, recorda. Não hesita em dizer que as dificuldades económicas que neste momento existem, foram também responsáveis pelo fim da sua última relação e afirma, igualmente sem hesitações, que de momento, acredita “mais nos interesses do que no amor das mulheres”.

Desiludido com o sexo oposto, Rui Marques não tem dúvidas de que “muitas mulheres se preocupam mais com o seu bem-estar do que em construir algo em conjunto”, o que não significa, no entanto, que tenha desistido de encontrar a pessoa certa: “Ainda espero construir uma família com harmonia. Sou daqueles homens que sofre por amor porque desejo uma pessoa que esteja a meu lado nas dificuldades e alegrias. Afinal, a vida a dois é isso. Sou capaz de dar o mundo, de fazer tudo pela pessoa que tenho a meu lado. E não preciso de datas concretas. Faço-o no dia-a-dia”, afirma, confessando em simultâneo o seu romantismo.

Apesar de tudo, diz confiar no futuro: “Não me deixo levar pelo pessimismo. Se hoje não foi bom, amanhã será outro dia. Acho que o futuro será risonho. Mas para que tal aconteça, a mentalidade da maioria dos portugueses tem de mudar”, afirma. A sua, diz sem preconceitos, também mudou: “A única promessa que fiz aos meus pais para poder ir para o Brasil, aos 16 anos, foi que nunca deixaria de estudar. Cumpri a promessa, mas como bom aquariano com ascendente em peixes, sou muito irrequieto e estou sempre a criar. Foi isso que me fez mudar. A vontade de fazer sempre melhor.

Uma vida feita de mudanças

Os dias de Rui Marques são passados na sua clínica e na investigação dos equipamentos, em Telheiras, Lisboa. Trabalhador incansável, diz, no entanto, ter sempre tempo para os maiores prazeres que leva da vida: “viajar, ir ao teatro e ao cinema”. Volúpia que nem sempre esteve presente na sua vida e que, talvez por isso, o empresário aprendeu a valorizar mais ainda. Graças ao passado lutador, aprendeu a valorizar ao máximo cada conquista e, sobretudo, a definir prioridades. Neste momento, e perante o contexto atual mais difícil, Rui Marques confessa estar a “repensar o estilo de vida” pois, como reconhece, “os bens materiais são importantes para usufruto momentâneo apenas, não para exibir ou conservar”.

Orgulha-se “da família unida, dos amigos e do trabalho”, mas também dos seus próprios defeitos e virtudes e apesar de se arrepender por vezes de “confiar demasiado nas pessoas”, acredita que o futuro lhe irá sorrir. A ele e aos seus novos clientes.

Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Sónia Reis

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