Os 39 Degraus
Atores passeiam por Lisboa para promover a peça

Famosos

“Levar o teatro à rua foi uma forma diferente de entrar em Lisboa”, diz Paulo Sousa Costa

Qui, 21/06/2012 - 23:00

Para assinalar o regresso da comédia Os 39 Degraus a Lisboa a Yellow Star Company voltou a surpreender na forma como escolheu fazer a divulgação do espetáculo. Numa parceria com a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, a empresa de Paulo Sousa Costa e Carla Matadinho trouxe para as ruas o glamour de outros tempos, com os atores que integram a peça vestidos com os figurinos da mesma. Vera Kolodzig, Rui Melo e Samuel Alves partiram da Praça da Figueira em carros de 1940 e só pararam na Rua Augusta, em frente ao Mude – Museu do Design e da Moda, para uma sessão de autógrafos. Pelo caminho, distribuíram panfletos da peça, passearam pela Baixa num antigo elétrico da Carris e foram o centro das atenções, quer dos alfacinhas, quer de turistas. “Esta iniciativa superou todas as expectativas. As pessoas paravam para tirar fotografias, deixavam-nos passar à frente no trânsito, vinham perguntar-nos a que se devia a iniciativa e partiam com a promessa de uma visita ao Vilarett”, começou por contar à VIP Rui Melo, que na peça dá vida a várias personagens, garantindo ter adorado “a oportunidade de conduzir um automóvel de coleção”.

Samuel Alves, Richard Hannay na trama, também ficou muito agradado com este dia diferente no percurso d’ Os 39 Degraus. “Devo dizer que o Paulo Sousa Costa soube jogar a peça certa no momento ideal! Não é fácil conseguir manter um espetáculo com esta vitalidade e uma equipa com esta energia durante tanto tempo. Esta ação, para lá de ser uma oportunidade para convidar os lisboetas a virem ter connosco ao teatro, tornou-se numa experiência memorável para nós próprios!”, contou, garantindo ter desfrutado muito do ambiente que se gerou: “Vi-me, de repente, na companhia dos meus colegas, vestidos a rigor, dentro de automóveis de época, que só de olhar para eles viajamos no tempo e, ainda por cima, no meio das ruas da baixa pombalina. De repente parecia que estávamos dentro de um filme (baseado numa peça, que se baseou num filme, que partiu de um livro!).”

Uma semana depois da estreia no Villaret, o balanço não podia ser melhor para o jovem ator. “Devo dizer que o preconceito que eu tinha de que o público do Norte é muito mais expansivo, caiu por terra. Surpreendeu-me muito apresentar este espetáculo em Lisboa e receber a participação entusiasta dos espectadores. Afinal os responsáveis pela energia e vitalidade deste espetáculo não somos só nós. Obrigado a todos o que já assistiram a esta comédia, espero que voltem e que a partilhem com quem ainda não viu.”

Rui Melo, juntamente com João Didelet (que chegou mais tarde à iniciativa devido a outros compromissos profissionais) que faz parte da peça desde o primeiro momento, partilha da mesma opinião, “A primeira semana foi muito boa. É bom perceber que o público continua a reagir muito bem e que o espetáculo continua vivo e de boa saúde, mesmo depois de tantos meses em cena.”

“Foi muito divertido andar por Lisboa em carros antigos, ainda por cima descapotáveis. É uma experiência única e é curioso como chama imenso a atenção das pessoas”, contou Vera Kolodzig, único elemento feminino do elenco e que dá vida a Anabela Schmidt, entre outras personagens.

Nos bastidores de toda esta máquina está Carla Matadinho, mulher e sócia de Sousa Costa na Yellow Star que revelou à VIP ser fundamental estar sempre a pensar em formas de levar público ao teatro. “Não basta chegar a uma cidade por cartazes”, afiançou. A apresentadora é a prova disso mesmo, uma vez que na empresa faz tudo o que for necessário, seja a comunicação, a procura de parceiros ou até mesmo andar na rua a vender bilhetes, como aconteceu na estreia da peça, em Coimbra, em janeiro de 2011. “Este projeto apareceu numa fase complicada das nossas vidas e não só veio ocupar o Paulo, como o fez voltar ao que sempre gostou, o teatro. Portanto, acompanhei o processo desde o início. Quando o Paulo mete uma coisa na cabeça vai até ao fim e eu estou sempre com ele. Gosto do projeto e sempre fiz o que havia para fazer”, diz com naturalidade. Nesse sentido cabe-lhe também a ela pensar nas mil e uma maneiras de fazer com que as pessoas vão ao teatro. “Temos uma outra iniciativa nas matinés de domingo em que as crianças não pagam e o bilhete de adulto tem desconto de 50 por cento. Foi outra forma que criámos para que as famílias tivessem um acesso mais barato à cultura.”

Paulo Sousa Costa, mentor da iniciativa, também se revelou satisfeito com o resultado: “Levar o teatro para a rua foi uma experiência muito gira, uma forma diferente de entrar em Lisboa e de dizer às pessoas que ia passando na rua que aquela peça existe.” Existe e está no Teatro Vilarett até 8 de julho.

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Jorge Firmino

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