Carlos Cruz
Apresentador enfrentará prisão sozinho

Famosos

Comunicador irá ficar longe das mulheres da sua vida, nomeadamente da filha, Mariana, um dos seus pilares

Sex, 15/02/2013 - 0:00

Carlos Cruz deve voltar à prisão em breve. O Tribunal Constitucional indeferiu o pedido de recurso, o que significa que estão esgotadas todas as possibilidades.
Enquanto Raquel Rocheta, que se separou do apresentador em 2011, está a refazer a vida, Carlos Cruz tem de lidar sozinho com mais esta batalha perdida.

Ricardo Sá Fernandes já disse que o seu constituinte está “desiludido”, mas “com espírito de combate”. Apesar de os arguidos poderem pedir uma aclaração ou arguir a nulidade da decisão, o advogado já fez saber que não irão recorrer a “expedientes dilatórios para atrasar a prisão”. Ou seja, quando transitar em julgado, Carlos Cruz apresentar-se-á para cumprir pena e “entrará na cadeia de cabeça levantada”.

Recorde-se que Carlos Cruz foi condenado a seis anos de prisão, mas já cumpriu 18 meses em preventiva. Dia 22 de fevereiro, irá ainda conhecer a sentença da repetição do julgamento pelos abusos sexuais que terão ocorrido na casa de Elvas.

Ainda pendente está também a queixa no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem contra o Estado português por causa da forma como foi conduzido o processo, nomeadamente o facto de Carlos Cruz ter sido preso sem conhecer a acusação.

Nas próximas semanas, Carlos Cruz irá deparar-se com um dos momentos mais difíceis desde que se iniciou o processo Casa Pia. Se quando foi preso, em 2003, a filha Mariana era ainda bebé, desta vez terá de explicar à menina de dez anos que só se poderão ver no estabelecimento prisional. A filha tem sido um dos pilares emocionais de Carlos Cruz. Raquel Rocheta já afirmou em diversas ocasiões que a filha dá imensa atenção ao pai e que ambos têm uma ligação muito forte. Prevê-se, por isso, que seja uma das pessoas que mais irá sofrer com o cumprimento da sentença.

Carlos Cruz tem recebido o apoio incondicional das outras mulheres da sua vida, mas as circunstâncias ditaram o seu afastamento. Marta Cruz, a filha mais velha, está a viver no Brasil há sete anos e, apesar de ter estado sempre ao lado do pai, dificilmente estará presente de forma regular, já que é mãe de Yasmin e de Kyara, de apenas cinco meses. “Em vários momentos pensei, e senti, que seria melhor o meu pai ter falecido do que estar a sofrer tudo isto. É claro que eu não queria que ele morresse, mas era tamanha a dor que ele estava a sentir, tão agoniantes os sentimentos que nos afligiam, que até essa solução parecia mais tranquilizante”, confessou a modelo no livro As Outras Vítimas, lançado em 2011.

“Criminosos! Criminosos! A (In)justiça portuguesa é criminosa, mata inocentes, prende inocentes, acaba com a vida de inocentes. Criminosos!”, escreveu Marluce Revorêdo Silva, primeira mulher de Carlos Cruz, no Facebook, quando soube da notícia. Porém, apesar de ser uma das mais veementes defensoras da sua inocência, também ela está no Brasil, onde tem uma empresa de etiqueta e marketing. Diz ainda estar de luto por “um país que morre aos poucos por falta de justiça, por falta de vergonha, por falta de verdade, por falta de valores” e que dificilmente voltará a viver em Portugal.

Marta admitiu ter “muito medo que o coração não aguentasse, que a cabeça não percebesse certas coisas” quando o pai esteve preso pela primeira vez. Durante esse período, o apresentador acabou por escrever um diário que viria a ser publicado sob o título Carlos Cruz – Preso 374, certamente uma forma de ultrapassar a solidão da prisão.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Impala

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