Tozé Santos
Apresenta a mulher e as filhas

Famosos

“Troquei um emprego pela paixão da música”

Qui, 16/01/2014 - 0:00

Tozé Santos, o vocalista dos Per7ume, tinha uma carreira estável até que decidiu mudar de vida e apostar na música, a sua paixão de sempre. Logo no álbum de estreia, o disco atinge vendas superiores a dez mil unidades.

O cantor, que ficou mais conhecido com o dueto que interpretou com Rui Veloso, aposta em paralelo num projeto a solo a que deu o nome de O Homem dos Sete Instrumentos. Em entrevista à VIP, Tozé Santos mostrou pela primeira vez a família. Com um casamento estável e duas filhas, o cantor revelou segredos do seu mundo.

VIP – A sua vida mudou em 2007…
Tozé Santos – Pois foi. Estava no auge da minha carreira profissional como marketer e ia entrar num projeto ambicioso. Tinha um emprego ótimo e foi quando se deu o sucesso dos Per7ume, que me levou a ter que tomar uma decisão, o que acabou por acontecer três anos depois.

E que decisão foi essa?
TS – Tinha uma situação de conforto, ordenado certo, regalias, status e tinha de trocar o certo pelo incerto. Estava numa empresa cotada em bolsa e com possibilidade de crescer. E tinha a música, um amor antigo que me corria nas veias. Troquei um emprego pela paixão da música.

Era um sonho de infância?
TS – Sim.

A decisão foi tomada a dois?
TS – Obviamente, ainda mais quando existem crianças. Era o futuro de todos que estava em causa. Tudo foi e é pensado em função das nossas filhas. Sempre fiz planos a quatro ou cinco anos. Já estou a fazer planos para 2020…

Como reagiu a Cristina a esta escolha?
Cristina – Eu já conheci o Tozé no mundo da música. Estamos juntos de 1998 e, nessa altura, ele já estava no meio. Claro que, com o Per7ume, veio o mediatismo e as ausências que ele tenta gerir como ninguém. Nem sempre é fácil…

Lidar com esse mediatismo foi complicado?
TS – Faz parte e encarei sempre tudo de forma natural. Tem de haver confiança, diálogo, o normal num casamento entre duas pessoas que se amam.

O assédio das fãs não lhe provoca ciúmes?
C – Não me faz muita confusão e não sou muito ciumenta. Quando uma fã o aborda, eu tenho de entender que também isso faz parte da carreira de um músico.

E o Tozé é ciumento?
TS – É importante que se discuta tudo e que haja muito diálogo. Temos personalidades diferentes, mas que se completam. Mas todos os problemas são ultrapassáveis quando são debatidos. Temos de falar abertamente sobre o que sentimos. Têm um casamento estável numa indústria onde os divórcios são constantes.

O segredo é essa base de confiança?
TS – É preciso um pouco mais de empenho por causa das ausências e das diferenças de agendas, mas tudo é simples quando a relação é forte. Os artistas são quase sempre conotados como boémios, mas o
Tozé é o oposto…

TS – É verdade (risos). Eu sou mais um homem de família. Quando a música se transformou numa carga maior de trabalho decidi montar um estúdio na nossa casa para poder estar mais perto da Cristina e das meninas. Tive essa necessidade porque estava muito mais tempo fora de casa do que em casa e não queria perder o crescimento das minhas filhas. E assim juntamos o útil ao agradável.

O que mudou com a chegada do sucesso na sua vida pessoal?
TS – Caiu-me um peso e uma responsabilidade maior com a decisão que tive de tomar. Ter aberto mão de uma carreira estável e passar a trabalhar muito mais também foram duas mudanças significativas (risos).

Como gerem, enquanto casal, o vosso tempo?
C – Nem sempre é fácil porque temos duas filhas que requerem muita atenção. Chegamos a casa e temos sempre tarefas diárias com elas.

Têm tempo exclusivo a dois?
TS – É nos intervalos de tudo (risos). Tentamos ter esse tempo e deixamos as meninas com os avós, para podermos namorar um pouco. Temos essa preocupação, porque acredito que faz falta.

C – Gostamos de jantar fora, de ir ao cinema ou de ver um filme em casa. No início, o Tozé também cantava muito para mim (risos).

Como “encurta” a distância, quando o Tozé tem de viajar?
C – Falamos sempre por telefone e o Tozé faz também sempre questão de falar com as meninas. Felizmente, essa distância nunca é prolongada. O máximo de tempo que tivemos longe um do outro foi cerca de uma semana e meia, quando o Tozé teve de ir aos EUA, e, hoje em dia, com as novas tecnologia, a distância minimiza-se.

Quem é a maior fã do Tozé, cá em casa?
C – Somos todas as fãs número um do Tozé, mas a Luana tem no pai um herói e quer seguir as pisadas dele. Está sempre com o microfone na mão e cantar em casa (risos). A Luana gravou um tema com o Tozé.

Como reagiram a essa vontade que ela tem de cantar, ainda tão novinha?
C – Acima de tudo, o que eu quero é que ela seja feliz, mas é óbvio que, nesta fase, em que é ainda muito pequenininha, a escola tem de estar em primeiro lugar. Confesso que o Tozé e a Luana tiveram de me pressionar um pouco para eu aceitar, quando surgiu esta vontade de gravar o dueto (risos). No início, estava reticente, mas ela é muito persistente e tem uma personalidade muito forte. E, como mostra algum talento, sente imensa felicidade quando pisa um palco… por isso, não foi possível dizer-lhe que não.

O Tozé é muito protetor com as suas filhas?
TS – Estou na tentar manter a calma e tento manter-me jovem, atualizado e moderno para um dia poder sair com elas à noite (risos). Sou um pai muito atento e preocupado com a felicidade e o desempenho escolar delas.

Quem é mais severo e quem é mais permissivo na educação das meninas?
C – A mais severa sou eu. As mães têm sempre esse papel de más da fita (risos). As minhas filhas são o amor da minha vida mas, por muito que me custe, tenho de ser dura quando é preciso.

O Tozé é mais brando?
TS – As meninas dão sempre a volta aos pais (risos). Fazem aquela cara de mimo que me derrete. Por exemplo, quando a Luana começou a falar na vontade que tem de fazer carreira na música comecei por dizer que era muito cedo, pois só tem 11 anos. Mas ela conseguiu dar-me a volta.

Como família, do que não abdicam?
TS – De férias todos juntos. É importante ter uma altura do ano para nos desligarmos do mundo e sermos uma família normal. O Tozé canta muito “o amor”.

É romântico?
TS – Tenho dias (risos). As preocupações da vida cortam um pouco o romantismo.

Texto: Cynthia Valente; Fotos: Liliana Silva; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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