Fernanda Souza E Ricardo Pereira
“A amizade estende-se para o Palco”

Famosos

Atores revelam que ter cumplicidade é o segredo do sucesso da peça

Sex, 30/11/2012 - 0:00

 Contracenaram juntos nas novelas da Globo Negócio da China e Aquele Beijo. A grande amizade que criaram nestes projetos levou-os a aceitarem fazer uma peça juntos que esteve em exibição no Brasil durante seis meses. Um Sonho Para Dois é a comédia que traz Ricardo Pereira de volta a Portugal e faz Fernanda Souza visitar Lisboa pela primeira vez. O espetáculo pode ser visto no Teatro Villaret, em Lisboa, até 22 de dezembro.

VIP – Que balanço fazem destas primeiras cenas de peça em Portugal?
Ricardo Pereira – Está a ser um sucesso. O público é muito recetivo e temos estado esgotados. É um projeto muito bem estudado e estruturado, com grandes apoios ao nível dos media. O carinho que temos recebido de todos os que veem a peça tem sido imenso, quer pessoalmente quer através dos comentários na nossa página de Facebook. Temo-nos divertido muito e tudo se encaminha para um sucesso. Esperamos que esta temporada seja para mais tarde recordar.

Fernanda, qual é a grande diferença que sente entre o público português e o brasileiro?
Fernanda Souza – Eu acho que os dois públicos recebem muito bem a peça e gostam. Mas o público português é mais calmo, enquanto plateia; os brasileiros são mais agitados.

Como o quê? Não rimos?
FS – Riem muito! Como entendimento de piada são os dois públicos iguais. Mas os brasileiros são mais agitados na cadeira, não param. Os portugueses são mais atentos aos detalhes. Mas o Ricardo pode falar disso melhor do que eu.
RP – Eu acho que o público aqui tem-se divertido muito. Não são nada contidos, pelo contrário. As nossas plateias têm rido “horrores”. Há risadas até que nós não tínhamos tido lá no Brasil. Está a ser uma surpresa muito grande porque o público não só está a entender a peça como está a envolver-se com a peça, está a participar na peça.

O texto foi adaptado para Portugal?
RP – Em algumas expressões, em alguns momentos, mas não foi em muita coisa. O que mudámos basicamente foram coisas que podiam não ser percetíveis para os portugueses. São pequenas adaptações que estão a funcionar muito bem!
Vocês estiveram em cena seis meses no Brasil. Já criaram uma grande dinâmica de trabalho. Mas suponho que não se traga uma peça como esta para outro país sem haver também uma grande amizade entre quem a faz.
FS – O palco é sempre o palco, ele é universal. Nós poderíamos fazer a peça aqui, em uma outra língua, ou em qualquer outro palco de qualquer outro lugar do mundo, porque é uma história universal. Não me incomoda; pelo contrário: sinto-me honrada por estar a fazer esta peça em Portugal. As atrizes brasileiras sonham um dia poder vir com um trabalho para Portugal, porque lá nós sabemos que vocês gostam de nós, das nossas novelas. Então já é a realização de um sonho. E fico muito honrada em dividir o palco com o Ricardo, que é um grande amigo.

Como é contracenar com ele?
FS – É ótimo! O Ricardo é um grande amigo e a nossa amizade estende-se para o palco e, consequentemente, para a plateia. É possível ver o nosso entrosamento, a cumplicidade que temos juntos em cena. É preciso isso. Nós já tínhamos uma amizade, já nos admirávamos antes de trabalharmos juntos. Agora mais ainda, porque vivemos momentos em que é preciso cumplicidade. Como quando um troca uma palavra, ou esquece o texto, ou acontece algum imprevisto na peça e nós temos de nos entender apenas pelo olhar. Nós conseguimos isso.

Já houve algum momento constrangedor em cena?
RP – Não, nada demais. No teatro há sempre um dia em que se esquece de uma palavra, ou troca uma frase, mas ninguém percebe a não sermos nós. É muito tranquilo para o ator porque mais ninguém percebe e nós conseguimos resolver as coisas. A não ser que de repente tu não te lembres do texto, mas isso é difícil porque a repetição treina o músculo da memória e é quase automático. Mas claro que ajuda se tiveres ao lado alguém que é estupidamente bom. Eu sei que qualquer coisa que aconteça a Fernanda dá a volta e conseguimos recuperar.

Como é que surgiu a ideia de fazerem a peça juntos?
RP – Foi ideia do Leo Fuchs, o produtor. Nós estávamos na mesma novela na altura. Falámos, lemos o texto, gostámos do resultado e dissemos “embora fazer esta peça”. O texto é muito bom, diferente, cativante. Por isso, é que em seis meses tivemos as salas sempre cheias. Claro que ajuda o facto de sermos duas caras conhecidas do público através das novelas que fazemos na TV Globo.

Fernanda, é a sua primeira vez em Portugal. Não teve receio de aceitar este desafio de ficar cá seis semanas?
Não. Vir a Portugal sempre foi um desejo e ficámos muito felizes por vir.

Como é que o Ricardo se está a sair como cicerone? O que é que já apresentou de Lisboa à Fernanda?
RP – Bastante bem, mas ainda sem muito tempo. Na primeira semana focámo-nos na divulgação da peça.
FS – Conheci televisões, programas, rádios…
RP – Mas já passámos por vários lugares. Ela também tem um carro, por isso, está à vontade e independente para fazer o que quiser. Como qualquer mulher, uma das coisas que ela tem feito é ver as modas. Tem andado por muitos shoppings, muitas lojas e isso também a leva a conhecer lugares. Agora com mais calma quero apresentar-lhe Lisboa, Sintra, os arredores. Queria levá-la ao Alentejo e ao Douro.

Vem com alguma indicação do que não pode perder, do que tem de experimentar?
FS – Bacalhau já experimentei; ainda não experimentei pastéis de Belém. Eu faço dieta durante a semana para poder comer ao fim de semana. Trabalhamos com a imagem, portanto não é possível comer tudo o que queremos. Quero ver as igrejas, que já vi que têm muitas. Entretanto, a minha família vem cá, a minha mãe e a minha sogra, para irmos a Fátima. A melhor amiga da minha mãe mora aqui e então ela vem juntar o útil ao agradável.

É difícil estar longe da família tanto tempo, ou já está habituada?
FS – Eu estou cá 20 dias, volto ao Brasil uma semana e regresso mais vinte. A semana do meio vai servir para recarregar as energias e matar as saudades. Eu não moro com a minha família desde os 13 anos e com a minha mãe desde os 19, portanto, estou acostumada a matar as saudades pelo telefone. Mas claro que ficar dois meses sem ver a minha mãe não iria ser fácil.

Pelo contrário, o Ricardo está mais próximo da família. É bom estar esta temporada cá?
Sim, o meu filho faz um ano, vai passar cá em Portugal com a família. Vou aproveitar para passar o Natal e o Ano Novo cá. É muito bom.

Nesta época de Natal qual seria o vosso “sonho para dois”?
FS – Que os portugueses nos prestigiassem e viessem em peso assistir à peça porque é um espetáculo muito especial, agradável, divertido, emocionante. É um espetáculo muito marcante.
RP – Como ator e produtor quero que o espetáculo seja um sucesso.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Nucha

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