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“Ainda trabalhamos juntos e já sinto a falta”, revela CRISTINA FERREIRA

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Apresentadora sofre quando pensa que a dupla com MANUEL LUÍS GOUCHA vai acabar
Fala sempre com uma evidente boa disposição, mas Cristina Ferreira não consegue fugir à emoção quando os temas são o amor que sente pelo filho, Tiago, de dois anos, e a amizade que a une a Manuel Luís Goucha. “Sofro por antecipação e já tenho saudades do tempo que não vou estar a trabalhar com ele”, diz a apresentadora, face à inevitabilidade de deixarem um dia de trabalhar juntos, quanto mais não seja pela diferença de idades.

Sex, 05/11/2010 - 0:00

 Fala sempre com uma evidente boa disposição, mas Cristina Ferreira não consegue fugir à emoção quando os temas são o amor que sente pelo filho, Tiago, de dois anos, e a amizade que a une a Manuel Luís Goucha. “Sofro por antecipação e já tenho saudades do tempo que não vou estar a trabalhar com ele”, diz a apresentadora, face à inevitabilidade de deixarem um dia de trabalhar juntos, quanto mais não seja pela diferença de idades. Sobre o casamento com António Casinhas, com quem está junta há 14 anos, garante que a cerimónia está “pensada, mas não planeada” e que esse momento “chegará na hora certa".

VIP – Trabalha com Manuel Luís Goucha há seis anos. Há casamentos que não duram tanto.
Cristina Ferreira – E é um "casamento" muito feliz, sem altos nem baixos. Somos realmente iguais e é por isso que nos damos tão bem. E depois somos muito verdadeiros no que fazemos. Sem vergonha ou pudor de assumir o que quer que seja ou de passar pelo ridículo.

Não é fácil arranjar uma dupla que funcione tão bem.
Exactamente. Demora muito tempo a aparecer uma dupla perfeita, ainda para mais com a diferença de gerações que eu e o Manel temos um do outro. Temos 20 anos de diferença e isso nota-se na bagagem que ele tem. Mas eu também tenho outras coisas da minha geração, que ele já viveu num tempo diferente, para partilhar. A dupla funciona muito bem por isso, pelas diferenças.

Alguma vez foi assediada por outra estação?
Costumamos dizer que para onde vai um vai o outro. Já sofro por antecipação e tenho saudades do tempo que não vou estar a trabalhar com o Manel, porque é inevitável, até pela diferença de idades. Não sei se daqui a um ano, se daqui a dez, mas vamos ter de nos separar e isso dói-me, não estar todos os dias com ele. Ainda trabalhamos juntos e já sinto a falta dele (emociona-se).

Vê-se a fazer outro tipo de programas?
Vejo, mas tenho tempo. Quero andar cá muitos anos e tudo tem um tempo para ser feito. É evidente que os desafios vão aparecer e vão ser diferentes do que faço hoje em dia, mas nada é vivido com muita ansiedade. Sempre acreditei que iam chegar na hora certa. Ainda me sinto realizada e a crescer nas manhãs.

É uma mulher diferente da que começou há seis anos?
Tinha acabado de sair de um curso de apresentadores de televisão onde nos diziam: "Vocês são cem, mas só um ou dois vai conseguir vingar…" De repente era eu! Foi tudo tão rápido. Quando o Manel foi meu professor eu disse-lhe: "Um dia ainda havemos de trabalhar juntos.” Ele deve ter pensado que eu era parva, mas um ano depois concretizou-se. A oportunidade que queria que me fosse dada, foi dada tão depressa que tive de parar um bocadinho para pensar se estava mesmo a acontecer. Ainda hoje penso como foi possível concretizar o que desejei.

Perdeu ingenuidade?
Perde-se sempre um bocadinho, até porque depois há um mundo fora da televisão que é consequência do que fazemos todos os dias. Perdi um bocadinho o lado de não me conhecerem, mas isso é inevitável. Às vezes penso nisso: nunca mais vou voltar a ser a Cristina que ninguém conhece. Mas depois é tão bom as pessoas cumprimentarem-me e dizerem-me que faço parte da vida delas…. isso é muito gratificante.

Como está o Tiago?
Está óptimo, muito malandro. É o filho que idealizei. Só dá beijinhos quando quer, mas já percebe quando preciso deles e não há nada melhor do que isso. É um amor tão grande. Qualquer momento que tenho é para ser vivido com ele, porque vai crescer, porque vai ganhar independência. Agora é o momento em que ainda precisa muito de mim (volta a emocionar-se).

Sofre por antecipação…
Talvez não seja sofrer, quero aproveitar ao máximo. Há pessoas que vão jantar e deixam os filhos com alguém… eu sou muito mais feliz se o levar. O Tiago anda quase sempre comigo.

Pensa ter mais filhos?
Nunca pensei ter muitos filhos, mas isso mudou a partir do momento em que o meu companheiro demonstrou vontade de ter mais. E como até hoje foi sempre muito fácil cuidar do Tiago, sempre dormiu bem, come bem, nunca esteve doente… Também acho que se tiver outro vai ser tudo ao contrário, que é para eu saber o que é duro. Não há nada pensado, mas se acontecer será uma felicidade como foi com o Tiago.

E o casamento?
O casamento chegará na hora certa como todas as outras coisas na minha vida! Não está planeado, mas está pensado.

Baptizar o Tiago foi mais importante?
Sim… senti-me um bocadinho a mostrar a Deus que já tinha família e que aquele amor merecia ser abençoado. Mesmo que nunca me case, aquele dia foi especial para os três. Senti que estava a dar início a uma família que tinha a bênção de Deus.

Em miúda sonhava casar?
Claro! Ia com a minha mãe a Lisboa e parava em todas as montras de noivas. Ainda hoje tenho um fascínio muito grande, mas a nossa ideia de casamento vai mudando ao longo dos tempos. O casamento que sonho hoje não é aquele que sonhei em miúda. Será certamente um momento muito especial, mas ainda não está planeado.

Volta e meia lá é notícia por crises conjugais…
Pois (risos)… Vou-me habituando. As pessoas que me são próximas já nem me fazem perguntas. No início custou-me perceber as mentiras que muitas vezes fazem capas de revistas, mas já percebi que não é só comigo. É inevitável, vai sempre acontecer, as pessoas vão sempre tirar as suas conclusões. Já não me afecta como afectou nas primeiras vezes. Isso doeu-me um bocadinho.

Veio de propósito a Gaia para o Winter Fashion Week do El Corte Inglés?
Sim, a convite da organização. Nunca cá tinha estado e pensei, "é melhor espreitar". Superou um bocadinho as minhas expectativas. Está ao mesmo nível do Portugal Fashion ou da Moda Lisboa. Como qualquer mulher, "pisquei o olho" a algumas coisas. Além disso, o El Corte Inglés faz parte da memória de muitos portugueses que iam a Espanha de propósito às compras.

Fazia parte desses portugueses?
Claro. Lembro-me perfeitamente. Íamos de excursão e depois parávamos no El Corte Inglés para comprar tudo o que Espanha tinha para nos dar. Tenho essas memórias.

Opta muito por tons neutros. São uma aposta segura? Não gosta de arriscar?
Uso muito preto, branco e tons pastel. Arrisco nas peças que têm pormenor, mas não são exageradas, porque o que é exagerado usamos uma vez e pouco mais. Quando foi o baptizado do Tiago arrisquei nos Storytailors porque era uma ocasião especial. Quando é para uma data especial gosto de usar só uma vez e aí, sim, arrisco.

É quase pecado ter uma peça Storytaillors e só usar uma vez…
Foi. No fundo foi como o dia de casamento e uma pessoa não usa mais o vestido de noiva. Aquele dia foi tão especial para mim que acho que merece que o vestido fique reservado.

Gasta muito em roupa?
Não. E desde que tenho a loja de roupa quase não vou às compras. Fiquei ainda mais poupada (risos).

Mas os sapatos são uma perdição.
São e são as peças onde arrisco mais. Mas sempre foi, desde miúda. Acho que os sapatos e o cabelo arranjado fazem toda a diferença. Não tenho assim muitos sapatos, mas os que tenho são especiais. Como é o caso destes.

Que são Louboutin…
Sim. Tenho dois pares iguais, estes e uns pretos, porque são tons que se adaptam a várias roupas. Normalmente no Natal ou nos anos ofereço uma prenda assim a mim própria.
Sendo poupada como diz, pensa muito antes de uma compra dessas?
Penso. Não são sapatos baratos, mas também não são aqueles exageradamente caros, porque isso faz-me muita confusão. E estes penso 34 vezes antes de comprar (risos). No fundo são a minha extravagância.

Como vai a sua loja?
Vai bem, adaptada aos tempos de crise. Qual é a loja que não se ressente? Mas como o segredo está nas compras, compra-se consoante aquilo que achamos que vai ser o mercado. Tenho equilibrado as coisas.

Escolhe as colecções?
Sim. É terrível! Quando escolho colecções estou a ir às compras. É uma perdição! Vejo tudo, porque a loja é feita à minha imagem e o mais difícil é adequar tamanhos, porque nunca sabemos quem é que vai gostar de que peça. Estou numa zona em que não posso ter muita quantidade de coisas, portanto tenho mesmo de escolher muito bem. Mas não tenho na loja uma peça que não gosto e que não vestisse.

Não há a tentação de usar e voltar a pendurar? Confesse.
(Risos) Por acaso não. E há peças que seria mais fácil, como as bolsas ou écharpes, mas como sou um bocadinho "bicho do mato" e não tenho assim tantos locais onde ir… Vou mais jantar com amigos e aí levo a minha roupa normal.

Nunca pensou apostar noutra localização para a loja?
Sempre achei que tinha que ser na minha terra. E é curioso que tenho pessoas do Porto, da Madeira, de Guimarães, que vêm de propósito à Malveira e acabam por marcar férias na Ericeira, Santa Cruz… e também faz parte irem à loja e dizer que chegaram do restaurante do Goucha. É quase um circuito obrigatório. (risos).

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Hernâni Pereira e Impala

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