Mafalda Luís De Castro
“Agora sim, posso dizer que sou uma atriz”

Famosos

A Margarida da novela “Louco Amor” diz que reage mal à fama

Ter, 08/01/2013 - 0:00

Sonhava ser ginasta profissional e só começou a dizer que queria ser atriz porque a irmã, quatro anos mais velha,  o desejava. Hoje, Mafalda Luís de Castro, 22 anos, é dos talentos mais elogiados da meio representação e conta já com 15 novelas e uma peça de teatro no currículo. Conheça a menina que, recentemente, interpretou a Margarida de Louco Amor, da TVI.

VIP – A sua carreira de atriz começou um bocado por acaso?
Mafalda Luís de Castro – Sim. A minha irmã é que queria ser atriz. Um dia, foi fazer um casting e eu fui com ela, porque queriam uma menina para um papel. Acabei por ficar. Claro que comecei a dizer que queria ser atriz apenas porque a minha irmã, que tem mais quatro anos que eu, dizia que  o queria ser, mas o meu sonho era outro.

Qual?
Ser ginasta profissional. Fiz ginastica rítmica de competição. É muito violento para as meninas. Leva-nos a maior parte do tempo da nossa vida, já para não falar da violência dos treinos. Hoje,  quando vejo campeonatos, fico com o coração apertado, porque sei como é que se alcançam aqueles objetivos.

É uma modalidade que confere disciplina e responsabilidade a quem pratica?
Sim, imensa disciplina. Tenho muitas regras para mim própria, que não sei se vieram daí, se da minha educação. Não gosto de falhar em nada, sou um bocadinho intransigente, sou extremamente arrumada. Acredito que, para quem convive comigo, seja um bocado complicado perceber a minha mania pelas arrumações. Sou uma chata (risos). A verdade é que só assim sinto a minha cabeça organizada.

Disse que não sabe se a disciplina veio da ginástica ou da educação que teve. Como foi a sua infância?
Sou uma sortuda. Tenho uns pais que me deram a melhor educação do mundo. Foi uma infância feliz com muitas brincadeiras. Sei que cresci depressa demais, por ter começado a representar tão nova. O que acontecia é que todos os meus amigos acabavam por ser mais velhos do que eu. Os meus pais são jornalistas, escreviam sobre cultura e lembro-me de os acompanhar a concertos e de adormecer junto às colunas.

Apoiaram-na quando decidiu ser atriz?
Nunca foram castradores nesse sentido. Sempre me apoiaram, sempre me deixaram fazer o que queria.

O facto é que começou a ser atriz um pouco por acaso, mas nunca mais parou.
É verdade. Estive parada apenas três anos, porque resolvi que era importante estudar teatro. Mal acabei o curso, fiz um casting para a Lua Vermelha e fiquei. Tenho tido muita sorte, sinto-me uma privilegiada.

Alguma vez pensou, aos 23 anos, ter um currículo tão vasto como tem – 15 novelas e uma peça de teatro?
Não sei se sou uma atriz de sucesso, mas acho que, agora sim, posso dizer que sou uma atriz. Antes não conseguia chamar-me atriz, porque tinha medo que pudesse ser considerar falta de humildade. Agora sim, já me sinto atriz. Sinto que me falta fazer mais teatro.

Gosta mais de teatro ou de televisão?
O teatro não paga as contas e toda a gente sabe que as novelas são o único projeto financeiramente viável, mas falta a paixão que está associada ao teatro. Se ficar só a fazer televisão, sei que vou estagnar. O meu sonho é conseguir conciliar as duas coisas.

Agora, está num período sem trabalho em televisão. Vai aproveitar para fazer teatro?
Sim, vou fazer uma peça com a companhia Palco 13. Vai ser um trabalho pro bono, porque o que preciso é de praticar. Como nunca estou quieta, aproveitei este período sem trabalho em televisão para me meter num curso de cabeleireiro e estética canina. Ainda não sei para o que vai servir, mas é uma área que pode ser sempre útil.

Os animais são a sua grande paixão?
Sim, até tenho uma associação de animais – a Chão dos Bichos, que luta contra o abandono, maus tratos e negligência de animais. Conheci esta associação através do meu trabalho e fui-me juntando para ajudar, dando a cara e aproveitando o meu protagonismo.

Sempre gostou de animais?
Curiosamente, não é uma paixão que vem desde pequena. Acho que todas as crianças são mais felizes quando crescem com animais, mas eu não tive essa sorte. Quando há dois anos conheci a associação, fui aprendendo e ficando mais sensível à causa animal. Agora, sinto-me útil e, de certa maneira, sinto que me encontrei.

Tem animais?
Tenho vários que são apanhados na rua.

Usa a sua imagem para promover a associação. No entanto, diz que lida mal com a fama e com o facto de ser conhecida.
Sim, não entrei nesta vida para ser conhecida. Se repararem, não costumo ir a muitas festas nem eventos públicos e sei que perco muito por não aparecer mais, mas não quero ser famosa. Quero ser reconhecida pelo meu trabalho.

Fez a Lua Vermelha e isso catapultou-a para o mediatismo junto às camadas mais jovens. Como lida com a abordagem dos fãs?
Aprendi a reagir bem. É sempre um pouco complicado, porque, às tantas, deixamos de ter vida privada. Tento ser mais pacata e não ir a sítios como centros comerciais em horas de grandes enchentes.

Mudou os seus hábitos de vida?
Não gosto de dizer isso, mas a verdade é que acaba por acontecer. É sempre bom sentir o carinho do público, sobretudo quando as abordagens são engraçadas.

A Mafalda até agora só tem feito personagens boazinhas, por isso a abordagem dos fãs não podia ser outra, não é?
Sim, devo ter uma cara super simpática. Já fiz uma vilã num telefilme da TVI que ainda não passou na televisão. Gostei muito de a fazer e gostava de fazer mais personagens más. Por serem tão diferentes de mim, dão muito mais piada e são mais desafiantes.

Quais são as cenas mais difíceis de fazer?
As cenas de intimidade são sempre complicadas. Há pessoas que têm mais à vontade do que outras neste tipo de cenas, mas são sempre difíceis de fazer as cenas de beijos e de intimidade física. 

Tem uma relação há alguns anos. Como é que o Ricardo reage a essas cenas?
Não gosto de falar sobre a minha vida privada. Só posso dizer que namoro e tenho uma relação estável.

É verdade que não quer casar?
Acho lindo que as pessoas casem, mas realmente não é um objetivo para mim. Acho que o casamento tem a ver com religião e eu não acredito em Deus. Quando era criança, claro que sonhava entrar na Igreja vestida de branco, mas com o passar dos anos percebi que casar não era o meu sonho. As pessoas não precisam de assinar um papel nem de se vestirem de branco para serem felizes juntas.

Ter filhos é um objetivo?
Sim, quero muito ter filhos e quero ter muitos filhos, mas não para já. Para já, quero viajar.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Liliana Santos; Produção: Manuel Medeiro; Cabelo e Maquilhagem: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Óreal Professionnel

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