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“Adoro os meus netos”, diz ANTÓNIO OLIVEIRA

Famosos

IVETE OLIVEIRA e o marido vivem o Natal em função da família, em especial dos elementos mais novos do clã
O Natal em casa de Ivete e António Oliveira chega a meio de Novembro.

Qui, 23/12/2010 - 0:00

 

Natal em casa de Ivete e António Oliveira chega a meio de Novembro. A professora, de 56 anos, que vive com o antigo seleccionador nacional há 18, e que venceu recentemente uma luta de seis anos contra um cancro na mama, adora esta época festiva. Por isso, as decorações típicas animam a casa do casal no Porto desde muito cedo. “No dia 1 de Dezembro já tenho as decorações todas feitas. É um ritual, não estipulo uma data para as fazer. Um dia vou buscar tudo ao sótão e durante oito a dez dias vou decorando, conforme vou idealizando de noite”, explica Ivete, que adianta que tudo é pensado em função dos netos do marido – Filipa, cinco anos, e Francisca, oito, filhas de Joana Oliveira; e Diogo, sete, e Francisco, de um ano, filhos de Pedro Oliveira. “Têm sempre uma surpresa ao verem que já temos árvore de Natal”, sorri. António Oliveira, de 58 anos, concorda. “O Natal é para, e das crianças, mas é uma festa à qual os adultos também se associam. Procuramos fazer o que os nossos pais nos habituaram. No fundo, é uma repetição das tradições que herdámos e que passámos para a restante família de modo a fazermos as crianças felizes.” Por isso, o Pai Natal é uma figura que todos os anos visita a família na noite de consoada. Descubra como é o Natal em casa dos Oliveira.

 

VIP – Alguém se veste de Pai Natal?

António Oliveira – Nós continuamos a simular o Pai Natal. Um dos filhos veste-se de Pai Natal e sai. À meia-noite um de nós diz que ouve um barulho no jardim, vamos todos a correr e todos vemos o Pai Natal a passar. As crianças adoram o momento e para mim esta é que é a magia do Natal. Só depois é que abrimos as prendas que entretanto apareceram na árvore. Eu também vivo estes momentos.

 

Sente que volta a ser criança?

AO – Um bocadinho. Sobretudo, recordo a minha infância e penso que também eu já acreditei no Pai Natal.

 

Como deixou de acreditar?

AO – Um dia ouvi uns movimentos à noite e fui pé ante pé espreitar e vi os meus pais a porem os presentes no sapatinho. Devia ter uns sete anos.

Suponho que haja grandes diferenças na forma como festejavam o Natal na vossa infância para o que vivem hoje.

AO – Eu passava sempre o Natal com os meus avós paternos que eram todos músicos. Adorava ir para lá porque era uma oportunidade de os ouvir tocar. Era um Natal diferente do que havia na casa dos meus pais, porque eram uma família baseada noutro tipo de princípios. Nunca passei um Natal em casa dos meus pais.

Ivete Oliveira – A diferença que eu sinto é abismal porque sou filha única e portanto os meus Natais foram sempre diferentes daquilo que eu gostava. Tive sempre um Natal limitado a três pessoas. Eu adoro famílias grandes, por isso, de há uns anos a esta parte esta época é mais feliz.

Especialmente agora, que têm quatro netos. Como é serem avós?

IO – Eu sou uma avó emprestada, porque as crianças são filhos dos filhos do António. Mas adoro as sextas-feiras porque eles vêm cá jantar sempre.

 

Quem é mais parecido com o António?

AO – Fisicamente são o Diogo e a Filipa. A nível de personalidade é o Francisco e a Filipa.

IO – São os mais activos e com carácter mais vincados. Os outros são mais calminhos.

AO – Sabe o que eles são? Umas pestinhas! Roubam-nos o espaço, o tempo, as ideias, absorvem-nos completamente. Felizmente para nós que os pais lhes dão uma educação e libertam-nos de sermos uns avós educadores. Eles chegam cá e a nossa casa transfigura-se. Nós passamos a ser deles. Se nós tivéssemos de estar todos os dias a cuidar deles a Ivete seria a pessoa mais indicada porque tem muito mais paciência do que eu. Eu tenho um limite de paciência, mesmo para os meus netos. Eu adoro-os, brinco com eles, mas não permito que eles se apoderem de mim; que roubem o meu espaço.

 

Sente que é um avô diferente do que foi enquanto pai?

AO – Acho que sou com os meus netos o que fui com os meus filhos. Fui sempre um pai presente até à altura da maioridade deles, procurei sempre proporcionar-lhes as coisas boas da vida, mostrando-lhes sempre que há um lado bom e um lado mau em tudo. Com uns consegui, com outros nem por isso, mas é isso que tento fazer em relação aos netos. A grande diferença é que hoje posso viver os meus netos, coisa que não aconteceu com os meus filhos por causa da minha actividade profissional. Era uma pessoa muito ocupada.

 

Se voltasse atrás fazia alguma coisa diferente?

AO – Para fazer coisas diferentes tinha de começar por lhe dizer que não iria jogar futebol. Logo isso é impossível. Eu não estava mais tempo com os meus filhos porque não tinha tempo. Mas sempre que podia estava com eles. Os meus filhos viajavam comigo sempre que podiam. Com os meus netos tento fazer a mesma coisa porque os avós são pais duas vezes.

 

Tenho de lhe perguntar, porque estamos a falar de netos e filhos, como está a situação com o Vasco, que entrou recentemente na Casa dos Segredos, da TVI?

AO – Está normal. É uma situação que não se alterou nem se vai alterar, mas que também não abala a nossa estabilidade familiar. Como disse no comunicado que enviei às redacções, ele é maior de idade, sabe o que quer, anda com quem quer, expressa-se da forma que melhor entende… Eu eduquei os meus filhos de forma igual; o carinho, o amor a presença que dei a um dei a todos.

 

Escreveu-se que ia processá-lo pelo que disse na Imprensa depois de ter saído do programa. É verdade?

AO – Isso é absurdo. Que motivo tinha eu para o fazer? Se alguém poderia ter motivos para processar o Vasco é a Ivete, nunca eu.

IO – Sempre me dei bem com todos os filhos do António e esta situação deixou-me muito surpreendida e profundamente ofendida. Por isso eu, tal como diz o comunicado, vou resolver a situação em local próprio.

 

De qualquer forma, esta é uma situação que não ensombra o vosso Natal…

AO – Nada. Até porque o Vasco não passa o Natal connosco há dez ou 12 anos.

 

Desta situação fica claro que o António e a Ivete são um casal muito unido e que nada parece abalá-los. Foi amor à primeira vista?

AO – Tivemos um período de conhecimento, amizade, namoro. Foi uma relação maturada tempo suficiente para que nos conhecêssemos bem e para que o nosso amor se tornasse forte. E nós não paramos. Nós continuamos a construir a nossa relação.

IO – Nada nos faz vacilar porque a base da nossa relação é a verdade. Há 18 anos que nos conhecemos e somos sempre verdadeiros um com o outro. Quando eu o conheci ele vivia com a Joana, fomos apresentados por um amigo comum e, sem deslumbramentos, fomo-nos conhecendo. O António tem muitas qualidades.

 

Quais?

IO – Tem um humor genial. É uma pessoa com quem é muito fácil de lidar. Gosta de fazer os outros felizes, gosta mais de dar do que receber. Eu sou muito mais frágil do que o António, portanto preciso muito mais dele do que ele de mim. Ainda por cima, por fisicamente estar debilitada, preciso de alguém ao meu lado que seja um pilar, que me dê força. A minha vida, a minha segurança e a minha estabilidade emocional passam por saber que os meus filhos estão bem e pela companhia do António. Eu sinto imenso a falta dele sempre que estou sozinha, tenho sempre muitas saudades. Isso é amor. Sei que quero morrer ao lado do meu marido.

 

Voltando ao Natal. Como tratam das prendas?

IO – Personalizo tudo, não compro por comprar. Aproveito o Natal para demonstrar o meu apreço pelas pessoas de quem gosto e que são importantes para mim.

 

Quem é mais difícil de presentear no Natal: a Ivete ou o António?

IO – É mais difícil comprar prenda para o António, mas é com quem eu gasto menos dinheiro, porque tento sempre dar-lhe algo com valor sentimental. O ano passado ofereci-lhe uma pesquisa sobre os seu ante-passados. Eu e o Pedro demos a prenda a meias e conseguimos chegar à família do meu marido até ao século XVI.

AO – É uma prenda especial. Tem muito valor.

 

E qual é a prenda que melhor recorda que o António lhe tenha dado?

IO – Ele não é de grandes dádivas. No Natal e nos anos presenteia-nos sempre com o que nós queremos na altura. Por isso, gosto sempre de tudo o que ele dá. Curiosamente, acaba sempre por me surpreender. Desde há quatro anos que pelo Natal o António me oferece a mim e aos filhos casados um cruzeiro para irmos relaxar.

 

Como é a vossa ceia de Natal? A Ivete vai para a cozinha?

IO – Sim, claro. Com a ajuda de todos preparo o bacalhau com todos e os doces. Quando adoeci pedimos a umas pessoas de fora que nos viessem preparar a ceia. Mas não resulta porque as coisas são bem feitas, mas sem o carinho que nós lhes damos.

 

Precisamente por ter tido cancro o Natal é mais especial para si?

IO – Sou apaixonada por esta quadra. Há três anos fui operada no dia 21 de Dezembro nos Estados Unidos. Antes da cirurgia marquei dois voos de regresso, um para dia 23 e outro para dia 24, porque queria vir passar a consoada a Portugal. Tinha medo que o médico me desse alta e em cima da hora não houvesse voo. Organizei o Natal todo do hospital, como se estivesse cá, e disse à minha família toda que mesmo não estando cá o Natal seria aqui em casa. No dia 23 fui autorizada a viajar e no dia 24 às 16h00 estava em Portugal. Se lhe dou mais valor depois de ter adoecido? Acho que dou mais valor a tudo, elimino o que não presta, consigo relativizar todas as contrariedades. Não é muito fácil tirarem-me dos meus objectivos.

 

Por falar nisso, teve uma prenda de Natal antecipada. Foi a Houston em Novembro fazer exames e está tudo bem, não é?

IO – Sim, o resultado dos meus exames foi uma boa prenda de Natal antecipada. Está tudo bem comigo. Estou livre do cancro.

 

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Bruno Peres; Produção: Marco António e Romão Correia; Maquilhagem e cabelos: Tita Costa com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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