Júlio Isidro
“Acho mais graça à delicadeza característica das meninas”, diz JÚLIO ISIDRO

Famosos

Para assinalar o Dia Mundial da Criança, JÚLIO ISIDRO levou as filhas ao parque de diversões
É pai de três raparigas, irmão de outras duas e tio de mais sete. Se há uma constante na vida do comunicador, são as mulheres. E ele adora.

Sáb, 05/06/2010 - 23:00

É pai de três raparigas, irmão de outras duas e tio de mais sete. Se há uma constante na vida do comunicador, são as mulheres. E ele adora. “Tenho dois netos e não sei brincar com eles… é muita espada, muito punho fechado… as brincadeiras de rapazes são assim mesmo. Acho muito mais graça ter alguém que possa sentar ao colo”, disse à VIP durante um agradável fim de tarde passado em família, num parque de diversões em Cascais.

É impossível não rejuvenescer com a energia das suas filhas.


Das duas uma: ou entrava em exaustão completa, ou bebia dessa energia. Elas vão contribuindo para a energia que tenho de reservar para o meu trabalho e para a minha vida. Além disso, não posso ficar mal visto aos olhos delas.

Gosta de brincar com a Mariana e a Francisca, e de vir ao parque?

A nossa vida está completamente dependente delas. Os filmes que tenho visto, ou são de fugida ou são os que elas querem. Já vi tudo quanto há para ver de filmes de desenhos animados. Conheço tudo, os brinquedos e as músicas que ouvem, até para estar actualizado.

É hoje um pai muito diferente daquele que foi quando nasceu a Inês, a sua primeira filha?

Casei-me com 21 anos, ela nasceu tinha eu 22. A minha carreira já tinha começado sem eu quase dar por isso, aos 15. Portanto, a Inês não teve o pai que devia ter tido e eu também não tive a filha que podia ter tido. Encontrávamo-nos aos fins-de-semana, de 15 em 15 dias. Mesmo assim, passámos os dois férias juntos, sozinhos, mas não acompanhei o crescimento. Quando estávamos juntos, olhava e dizia: “Estás muito mais crescida”. Agora, não dou por isso. Sinto que a Inês não teve aquele pai e eu também não saboreei essa condição como devia de ser.


Pelo que tenho observado, elas são muito diferentes. A Mariana pede para fazer, a Francisca diz “eu vou”…


Sim. A mais pequenina é exploradora e manipuladora, até da irmã. Tem uma lata incrível. A Mariana nunca pede nada e tem um espírito crítico muito fino.


Elas já dizem o que querem ser?


A Mariana, creio que vai ficar na minha área. Outro dia fomos à Kidzania e em frente das câmaras leu um telejornal lindamente. Fiquei preocupado (risos).

Não gostava?


Sinceramente, não. Depois de 50 anos de carreira, se dissesse que não porque é horrível, só tinham de me atirar de uma ponte abaixo. Acho que tem de experimentar outras coisas, porque a fronteira entre estar neste ofício porque se gosta muito ou pela capa da revista, a mim faz-me uma certa confusão. Agora, se genuinamente quiser… A Francisca, definitivamente, tem imensa tendência para coisas de carácter artístico, ao nível das artes plásticas, e tem uma imaginação prodigiosa.
 

Está mais do que habituado a viver entre mulheres.

Só tenho filhas, duas irmãs, duas avós, uma prima, tive três empregadas em casa, a costureira, sete sobrinhas… tenho dois netos e não sei brincar com eles. É muita espada, muito punho fechado… as brincadeiras de rapazes são assim mesmo. Acho muito mais graça ter alguém que possa sentar ao colo. Acho mais graça à delicadeza das meninas; também tem muito mais a ver com a minha maneira de ser.

Com duas crianças para educar, preocupa-o o rumo do País?

Devo dizer que são os momentos de angústia que nós temos. O facto de pensar uma coisa muito clara: tenho um prazo de validade muito mais curto do que os pais das colegas delas. E gostava muito que elas ficassem tranquilas do ponto de vista económico. Mas para isso era preciso que eu vivesse tranquilo nesse aspecto. Não me passa pela cabeça a reforma, porque em Portugal a palavra reforma é uma espécie de pré-enterro e eu gosto de trabalhar; por outro lado, por questões de manutenção de um nível de vida que é normal, mas que está acima da realidade de milhões de portugueses. Portanto, tenho de considerar que estou do lado dos que estão, apesar de tudo, bem. Nem posso dizer que é dos menos bem, porque isso até seria ofensivo. E as meninas têm consciência disso.

Explica-lhes isso?


Completamente. Elas foram ao Rock in Rio ver a Hanna Montana, mas estavam preparadas para não ir, porque a Mariana sabia perfeitamente que isso ia custar 50€ por cabeça. Vieram fazer contas comigo e chegaram à conclusão que irmos os quatro eram 220€, fora alimentação. Portanto, íamos gastar, numa noite, entre 250 e 300€. Expliquei-lhes que há pessoas que recebem por mês o que íamos gastar numa noite. Digo-lhes isto, não para ficarem com complexos de culpa, mas para perceberem que estão do lado da sorte da vida.

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Luís Baltazar

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